PUBLICIDADE

Polícia

Polícia investiga se advogada premeditou morte de zelador

2 jul 2014 - 16h13
(atualizado às 20h59)
Compartilhar
Exibir comentários

A Polícia Civil de São Paulo investiga se a advogada Ieda Cristina Martins, mulher do publicitário Eduardo Martins, premeditou o assassinato do zelador Jezi Lopes de Souza, morto no último dia 30 de maio em prédio na zona norte da capital paulista. Uma nova testemunha disse à polícia que, semanas antes do crime, foi procurado por Ieda com o convite de assumir a vaga de zelador no prédio.

“Três semanas antes do crime, a Ieda procurou um indivíduo, que está sendo mantido sob sigilo, pra que ele assumisse a função de zelador”, disse nesta quarta-feira o delegado Ismael Lopes Rodrigues Junior, titular da 4ª Delegacia Seccional de São Paulo. “Este é um dado importantíssimo, que caracteriza uma premeditação”, continuou o delegado, para quem Ieda seria a “mentora” do crime e, Eduardo, o “executor”.

O publicitário confessou ter matado e esquartejado o zelador de seu prédio após uma discussão em seu apartamento, mas afirma que a mulher não teve participação no crime, nem na ocultação de cadáver.

Para o delegado, o fato de Ieda não ter “qualquer vínculo com o prédio de forma administrativa” é um forte indício da premeditação. “Ela o procurou, ela o convidou para trabalhar como zelador, mas não faz parte da sua atribuição como moradora contratar ou demitir alguém. Isso deixa claro que já havia uma intenção anterior em tirar o zelador que ali trabalhava, a vítima”, afirmou Rodrigues Junior.

O delegado disse, no entanto, que ainda aguarda a chegada de laudos do local do crime e de sangue para que possa encerrar o caso. “Em dez ou 15 dias nós fecharemos o caso de forma precisa. A investigação continua e está se fechando nos dois, não só no Eduardo”, afirmou.

Ambos poderão ser indiciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, fraude processual, ocultação de cadáver e posse compartilhada de arma de uso restrito (silenciador). Além desses, Eduardo ainda poderá responder pelos crimes de posse de arma de uso permitido (revólver calibre 38) e falsificação de documento.

Crime no Rio de Janeiro

O delegado também comentou o laudo que comprovou que a arma e o silenciador encontrados na casa do casal foram utilizados na morte do empresário José Jair Farias,ex-marido de Ieda, em 2005, no Rio de Janeiro. "Não temos condições de falar absolutamente nada a respeito daquele crime, que está no Rio de Janeiro, mas o laudo é conclusivo, as armas são as mesmas", disse Rodrigues Junior.

Segundo as investigações, o corpo do ex-marido de Ieda foi encontrado com marca de tiros dentro de seu carro. Eduardo está preso preventivamente no 77º DP (Distrito Policial), em Santa Cecília; já Ieda está presa 89º DP, no Morumbi.

Relembre o caso do zelador

No dia 30 de maio, uma sexta-feira, Jezi foi ao apartamento do publicitário por volta das 16h para entregar a correspondência - tal como mostram imagens de câmeras de segurança do edifício -, quando teriam discutido por "coisas banais, coisas de condomínio", segundo o delegado. Eduardo desconfiava que o zelador furtava seus jornais, além de ter um atrito por uma questão da vaga na garagem. Após discutirem, os dois teriam entrado em luta corporal, quando, segundo o suspeito contou à polícia, a vítima caiu, bateu a cabeça no batente da porta e morreu.

A filha de Jezi, Sheyla Viana de Souza, 27 anos, relatou que uma moradora lhe contou "ter ouvido gritos de discussão, pedindo para parar”. No dia seguinte (sábado), o publicitário teria colocado o corpo em uma mala dentro do porta-malas do carro e ido para Praia Grande (litoral sul de SP), na casa do pai - que, segundo a polícia, provavelmente não sabia do crime -, onde deixou o corpo. Em seguida, ele retornou para seu apartamento em São Paulo.

No domingo, o suspeito retornou à casa na Praia Grande. Usando um serrote, esquartejou o corpo do zelador antes de retornar a São Paulo. Na segunda-feira, quando os policiais civis entraram na casa no litoral paulista, Eduardo estava ao lado de uma churrasqueira, de sunga, incinerando partes do corpo da vítima.

Casos de esquartejamentos Casos de esquartejamentos

Casos de esquartejamento, como o do empresário Marcos Matsunaga e do praticado pelo cirurgião Farah Jorge Farah ganharam repercussão nacional pela crueldade. Relembre os casos que aconteceram nos últimos anos.

Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade