PM suspeito de envolvimento em chacina trabalhava para Cabral
Um dos dois policiais militares presos ontem sob suspeita de participar da chacina que deixou quatro mortos na Ilha de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, no sábado, trabalhava na segurança da família do governador Sérgio Cabral. Os dois PMs são irmãos.
O policial foi identificado como Émerson Meireles. Em nota, a assessoria do governador informou que Cabral pediu rigor máximo na punição e que o PM, lotado na Divisão Geral de Pessoal (DGP), responderá a inquérito administrativo e inquérito policial militar (IPM). O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que o crime tem características de uma ação de milicianos.
A área onde ocorreu os assassinatos é dominada por grupos paramilitares e, ao lado dos corpos das vítimas, havia material de instalação de TV a cabo clandestinas, uma das principais fontes de renda da milícia, o que reforça a suspeita levantada por Beltrame. O outro PM preso é Cleiton Meireles, lotado no Batalhão de Choque.
Na nota divulgada por sua assessoria, Cabral disse que o governo combate de maneira implacável a milícia e qualquer atividade marginal. "Ele deve pagar a pena como qualquer outro assassino. No entender do nosso governo, policial bandido é o que tem de pior", disse a nota.
Os PMs foram presos em flagrante. Com eles, foram encontradas armas sujas de sangue. Eles responderão pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
Três mortos da chacina foram identificados: Flávio Augusto de Almeida Santos, 15 anos, Luana Cristina Nascimento Ramos, 26 anos, e Michel Barbosa, 19 anos. A outra vítima foi uma mulher, cujo nome não foi divulgado. Todos foram assassinados com tiros na cabeça. Uma quinta pessoa foi ferida e fingiu-se de morta.