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Polícia

MP denuncia sete traficantes por morte de mulher no RJ

Moradora do bairro do Caju teria sido morta por causa de uma postagem no Facebook

21 nov 2018 - 21h30
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Sete traficantes foram denunciados hoje (21) pelo Ministério Público (MP) envolvidos na morte de uma moradora do bairro do Caju, no Rio de Janeiro, por causa de uma postagem no Facebook. O crime aconteceu em março, mas somente agora as investigações apontaram todos os responsáveis pelo assassinato. O líder do bando está preso e deu a ordem para a execução de Helen Alves de Oliveira de dentro da cadeia.

O promotor Sauvei Lai, titular da 30ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, disse que os traficantes foram extremamente violentos, matando a pauladas, esquartejando, queimando e enterrando o corpo da moradora, que teria se posicionado contra o tráfico de drogas e apoiado a intervenção em uma conversa pelo Facebook, que acabou descoberta pelos criminosos.

3/06/ 2018. REUTERS/Regis Duvignau
3/06/ 2018. REUTERS/Regis Duvignau
Foto: Reuters

"Ela postou um comentário na rede social contra os traficantes e a favor da intervenção policial naquela localidade. Em menos de dois dias, essa postagem foi divulgada nos grupos de Whatsapp da comunidade e chegou ao conhecimento do 'dono' da Favela do Caju. Ele estava preso e, dentro da cadeia, recebeu a postagem e ordenou a morte de Helen", disse o promotor.

Lai também disse que a democracia vivenciada na cidade formal não se reproduz nas comunidades e favelas controladas pelo crime organizado, o que coloca em risco a vida de moradores por emitirem opinião.

"Isso aconteceu por causa de um simples comentário na internet. E só mostra que não existe liberdade de expressão nem democracia nesses locais, dominados pela criminalidade. Também nos revela que o controle do tráfico já chegou às mídias sociais e que o sistema presidiário é poroso.  Mensagens entram e ordens saem da cadeia", disse o promotor.

Lai pediu a decretação de prisão preventiva dos criminosos, que poderão pegar até 33 anos de prisão, por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. O promotor espera que os traficantes sejam denunciados pela própria comunidade.

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