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Polícia

Falsos policiais usam caso dos beagles para assaltar casa em São Roque

4 nov 2013 - 22h08
(atualizado às 22h13)
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Cinco homens armados e vestindo uniformes de policiais civis roubaram uma casa na manhã desta segunda-feira, no Jardim Flórida, São Roque, interior de São Paulo. O grupo conseguiu entrar na casa graças ao caso dos beagles que foram levados do Instituto Royal no meio de outubro. As informações são da Rede Bom Dia. 

Você sabia: por que os beagles são usados em pesquisas de medicamentos?

O bairro é considerado nobre e o assalto aconteceu por volta das 9h. Os moradores da casa estavam de saída, dentro do carro da família, quando um veículo com adesivos e sirene simulando ser uma viatura da Polícia Civil parou em frente da garagem da residência, impedindo que o casal e o filho deixassem a casa.

Quatro homens deixaram a suposta viatura e falaram com o pai da família. Segundo as vítimas, eles afirmaram que haviam recebido uma denúncia de que beagles levados do Instituto Royal estavam na casa.

O pai saiu do carro, disse que tinha apenas um cão da raça akita e abriu a garagem para que uma vistoria fosse feita no lado externo da casa, como o grupo lhe pediu. Quando viu, sua casa estava sendo assaltada.

Além de roubarem cerca de R$ 2 mil, os ladrões também levaram joias, relógios e óculos da família. O grupo ainda torturou as vítimas, amarrando-as, amordaçando-as e ameaçando um sequestro. "Eles não chegaram a nos agredir, mas ficavam ameaçando de sequestrar o meu filho de 18 anos. Eles até fizeram minha esposa e eu nos despedirmos dele", contou a vítima.

O caso está sendo investigado pela delegacia de São Roque. Não há registros de presos por conta deste caso. 

Ativistas retiram animais de instituto
Ativistas invadiram, por volta das 2h de 18 de outubro de 2013, a sede do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para o resgate de cães da raça beagle que seriam usados em pesquisas científicas. Mais tarde, coelhos também foram retirados do local. Cerca de 150 pessoas participaram da invasão. Ao todo, 178 cães foram retirados do instituto. O centro de pesquisas era alvo de frequentes protestos de organizações pelos direitos dos animais.

Os beagles são usados por ter menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos. Apesar de os ativistas relatarem diversas irregularidades, perícia feita no Instituto Royal não constatou indícios de maus-tratos aos animais. No dia seguinte à invasão, um novo protesto terminou em confronto entre policiais militares e manifestantes e provocou a interdição da rodovia Raposo Tavares. Quatro pessoas foram detidas.

Em nota, o Instituto Royal refutou as alegações dos manifestantes. "O instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega veementemente as infundadas e levianas acusações de maltrato a seus cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães, furtados na madrugada da última sexta-feira, estejam sendo abandonados", diz a nota, acrescentando que todas as atividades desenvolvidas no local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.

Segundo o instituto, a invasão de sua sede constituiu um "ato de grave violência, com sérios prejuízos para a sociedade brasileira, pois dificulta o desenvolvimento de pesquisa científica no ramo da saúde". A invasão ao local, de acordo com a posição do Royal, provocou a perda de pesquisas e de um patrimônio genético que levou mais de dez anos para ser reunido. O instituto também informou que os animais levados durante a invasão, quando recuperados, serão recolhidos e receberão o tratamento veterinário adequado, podendo ser colocados para adoção.

Marcelo Morales, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) - órgão responsável pela fiscalização do setor -, afirmou que nenhum animal retirado do laboratório sofria maus-tratos ou tinha mutilações. De acordo com o médico, o instituto era acompanhado pelo Concea, ligado aos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Saúde, nos testes para medicamentos coadjuvantes na cura do câncer, além de antibióticos e fitoterápicos da flora brasileira, feitos a partir de moléculas descobertas por brasileiros. "Milhões de reais foram jogados no lixo e anos de pesquisas para o benefício dos brasileiros e dos animais também foram perdidos", disse o pesquisador.

Fonte: Terra
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