Dono da Ultrafarma e executivo da Fast Shop são soltos após pagar R$ 25 milhões de fiança
Sidney Oliveira e Mário Otávio Gomes foram liberados nesta sexta
Sidney Oliveira, da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, da Fast Shop, foram soltos após decisão judicial em São Paulo, apesar de o caso ser considerado de "extrema gravidade".
Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, executivo da Fast Shop, foram soltos da prisão no fim da tarde desta sexta-feira, 15. A decisão, obtida pelo Terra, foi tomada após o Ministério Público entender que não havia mais necessidade de mantê-los detidos.
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Em trecho do documento, o MP diz que não vê caso de “extrema e comprovada necessidade de manutenção da custódia cautelar, e que as medidas cautelares diversas da prisão se mostram suficientes e adequadas”.
Embora tenha reforçado que considera a liberdade provisória como “prematura” e o caso sendo de “extrema gravidade”, o juíz do Tribunal de Justiça de São Paulo atendeu ao pedido.
Ao conceder a soltura, a Justiça impôs uma série de medidas cautelares a Sidney Oliveira e Mário Otávio Gomes. Se não forem seguidas, uma nova prisão pode ser decretada.
- Pagamento de fiança no valor de R$ 25 milhões
- Comparecimento mensal em juízo para justificar atividades
- Não podem frequentar prédios relacionados a Secretaria da Fazenda
- Não podem manter contato com investigado e testemunhas
- Não podem sair da comarca sem comunicação prévia
- Devem estar em suas casas após às 20h
- Uso de monitoração eletrônica
- Devem entregar os passaportes à Justiça
Na mesma decisão, o MP solicitou a prorrogação da prisão temporária de Arthur Gomes da Silva Neto por mais cinco dias. O órgão entendeu a manutenção da detenção do auditor como fundamental para “assegurar a colheita de provas essenciais”.
Sidney Oliveira e Mário Otávio Gomes foram presos na última terça-feira, 12, em uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários do Departamento de Fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda.
Segundo o MP-SP, a investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), que identificou um grupo criminoso responsável por favorecer empresas do setor de varejo em troca de vantagens indevidas.
A apuração apontou que o fiscal apontado como principal operador do esquema manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas. Em troca, ele recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe. A investigação aponta que o fiscal já recebeu mais de R$ 1 bilhão em propina.
"A operação é fruto de meses de trabalho investigativo, com análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações autorizadas pela Justiça", informou o MP.
Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

