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Polícia

Alckmin sanciona lei que proíbe uso de máscaras em protestos

Regulamentação deve sair neste ano; uso do aparato não será crime, mas manifestante que insistir poderá ser detido por desobediência

29 ago 2014 - 14h12
(atualizado às 17h07)
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O governador Geraldo Alckmin (PSDB) sancionou nesta sexta-feira a lei que proíbe o uso de máscaras por manifestantes em protestos de rua no Estado de São Paulo. Para ter eficácia, a nova lei precisa ser regulamentada, e o prazo legal para isso é de 180 dias. O governador, contudo, disse que não pretende esgotar o prazo e afirma que o detalhamento de como a Polícia Militar deverá agir pode sair ainda neste ano.

Manifestante participa de protesto em São Paulo, em junho deste ano
Manifestante participa de protesto em São Paulo, em junho deste ano
Foto: Alan Morici / Terra

De acordo com Alckmin, o governo quer ouvir sugestões da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da sociedade civil e das associações de jornalistas para definir a regulamentação. O uso das máscaras, contudo, não será crime. “A lei não estabelece crime, ela estabelece que não pode usar máscara”, disse o governador em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Benedito Meira, que participou da coletiva, a regulamentação deverá estabelecer que os manifestantes mascarados retirem suas máscaras. “A polícia tem que dar uma ordem para a pessoa retirar (a máscara). Se não retirar, obviamente, qual é o crime? Desobediência. Desobediência a uma ordem legal, uma lei”, afirmou.

O secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Grella, também presente na coletiva, disse que o objetivo da lei é “preservar a ordem pública e garantir o direito de manifestação” e que só a partir da regulamentação é que a polícia vai construir o seu "procedimento operacional padrão" para aplicar a lei.

Alckmin classificou a lei como “positiva” e disse que é preciso “separar o joio do trigo”. “Nós tivemos no ano passado, nas manifestações de junho, manifestações extremamente legítimas, que só fortalecem o regime democrático. Mas vimos, especialmente depois de alguns meses, pessoas, muitas delas mascaradas, promovendo o vandalismo e a destruição de patrimônio público e privado.”

O governador afirmou ainda que “não haverá exceções” para o cumprimento da lei, exceto nos casos de eventos culturais, como o Carnaval. A exceção já estava prevista no projeto que originou a lei, de autoria do deputado Campos Machado (PTB) e aprovado em julho na Assembleia Legislativa (Alesp).

Violência policial

Questionado sobre medidas para coibir a violência policial contra manifestantes, Alckmin disse que “a polícia tem uma corregedoria e é implacável nesse trabalho” e convidou o secretário e o comandante da PM a responderem sobre números de policiais punidos por agressão ou abuso de poder em protestos.

O coronel Meira disse que, até o momento, existe apenas um caso, o do policial que atropleou de moto uma manifestante no centro de São Paulo, no dia 25 de janeiro - o PM, contudo, ainda não foi punido. "A punição administrativa acompanha a decisão criminal, e o crime praticado por ele ainda sendo analisado e julgado pela Justiça Militar", disse Meira, que afirmou ainda que existe a possibilidade de o policial ser julgado pela Justiça comum por abuso de autoridade.

Grella disse que outros casos estão sendo investigados pela corregedoria, mas afirmou que a falta de colaboração das vítimas prejudica a apuração. “Não há interesse da secretaria em deixar de apurar, e apurar com rigor. Mas nós precisamos da colaboração daquelas vítimas, que elas venham dar declarações para ajudar a identificar. Sem isso fica muito difícil você chegar a uma conclusão. Por isso que muitas das investigações ainda estão pendentes.”

Questionado sobre planos para que os policiais voltem a usar apenas identificação nominal nos protestos, já que tem sido comum a presença de PMs com identificação exclusivamente numérica nas manifestações, Grella disse que ambos os modelos atendem a padrões internacionais. “O importante é ter identificação”, disse. Já o comandante Meira disse que um modelo padrão está sendo estudado.

Fonte: Terra
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