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Polícia

Agente penitenciário é executado no portão de casa em SP

3 mai 2009 - 11h25
(atualizado às 11h52)
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Cícero Affonso

Direto de Álvares Machado

O agente penitenciário Denilson Dantas Gerônimo, 27 anos, foi executado na madrugada deste domingo com 14 tiros de pistola calibre 380, quando chegava em sua residência, no bairro Nossa Senhora da Penha, no município de Álvares Machado (576 km a oeste de São Paulo).

De acordo com a Polícia Civil, o agente foi com a namorada assistir a um show musical em Presidente Prudente e, no início da madrugada, retornava para sua residência quando foi assassinado.

Segundo declarações da namorada da vítima, assim que o agente estacionou o veículo na frente da casa, na rua Sete de Setembro, ele desceu do carro para abrir o portão e foi executado com 14 tiros.

Ainda de acordo com a testemunha, o autor dos disparos não disse palavra alguma. Ele deu 15 tiros e fugiu em um carro com placas de Campinas (SP). No local do crime, a polícia apreendeu 15 cápsulas deflagradas de pistola calibre 380 e alguns projéteis amassados.

Denilson Dantas Gerônimo trabalhava no sistema carcerário havia sete anos e, atualmente, era chefe de turno no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP), unidade de segurança máxima que fica em Presidente Bernardes (SP) e é destinada aos sentenciados de altíssima periculosidade e aqueles que cometem faltas graves, principalmente relacionadas ao comportamento.

O CRP de Presidente Bernardes possui 160 celas individuais, onde o sentenciado é vigiado 24 horas por dia, tem banho de sol em horário reduzido e monitorado, não tem acesso a rádio ou TV e recebe apenas duas visitas, sem contato físico. O preso vê a visita por meio de um vidro blindado e conversa por uma espécie de telefone. A unidade abrigou sentenciados como Fernandinho Beira-mar, Marcola, Andinho, Norambuena e outros presos de alta periculosidade.

O secretário-geral do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo (Sindasp) Rosalvo José da Silva declarou estar convencido de que esta foi, sem dúvida, mais uma ação do crime organizado.

"Somente no mês de abril deste ano, tivemos em São Paulo 13 policiais militares executados quando estavam fora de suas atividades profissionais. Esta é uma nova maneira que o crime organizado vem utilizando para demonstrar a sua força", afirmou Rosalvo. "Eles deixaram de atacar prédios públicos como fizeram no passado para que a sociedade não se manifeste contra eles. Agora, atacam isoladamente, visando principalmente os servidores que trabalham na área da segurança pública."

O corpo do agente permanecia no velório municipal de Álvares Machado às 10h e a família não divulgou o horário do sepultamento, que vai ocorrer no cemitério municipal local.

Fonte: Especial para Terra
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