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Para Temer, incidente diplomático com Bolívia surgiu 'acidentalmente'

27 ago 2013 - 19h50
(atualizado às 19h58)
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O impasse criado com a operação de retirada do senador Roger Pinto Molina da Embaixada do Brasil em La Paz será resolvido diplomaticamente, disse nesta terça-feira o vice-presidente Michel Temer, que elogiou o trabalho do ex-ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota, demitido ontem. Ele participou, nesta tarde, da cerimônia de posse de oito membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo o vice-presidente, os representantes do Brasil e da Bolívia vão buscar uma forma diplomática para solucionar o impasse. "Essas coisas são resolvidas diplomaticamente. Temos uma diplomacia muito eficiente no Brasil e uma diplomacia eficiente na Bolívia, de modo que os representantes diplomáticos solucionarão da melhor maneira o impasse que surgiu, digamos assim, acidentalmente."

Temer elogiou o trabalho do ex-ministro Antonio Patriota, que ficou dois anos e oito meses no comando da diplomacia brasileira e agora será o novo representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). "O ministro Patriota prestou relevantíssimos serviços ao governo e deixa uma marca extraordinária de trabalho."

Sobre a questão jurídica envolvendo a concessão de novo asilo político ao senador Roger Pinto Molina, Temer disse que a questão será analisada pela Advocacia-Geral da União (AGU). "A embaixada na Bolívia (onde o senador estava asilado) era território brasileiro e agora ele está em território brasileiro. É uma questão que certamente a AGU vai examinar, mas, em princípio, esse território é uma extensão do território estabelecido na Embaixada na Bolívia", explicou o vice-presidente.

O senador Roger Pinto Molina, que faz oposição ao governo de Evo Morales, ficou asilado na representação diplomática brasileira em La Paz um ano e três meses. Pinto Molina deixou a Bolívia na sexta-feira num carro da embaixada, com a ajuda do encarregado de Negócios Eduardo Saboia e escolta de fuzileiros navais. Ele deixou o país sem salvo-conduto do governo boliviano. 

Fuga de senador derruba ministro

O Palácio do Planalto divulgou na segunda-feira que aceitou o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores (Itamaraty), Antonio Patriota. Desgastado pela crise diplomática desencadeada pela fuga do senador boliviano ao Brasil, Patriota será substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado, representante do Brasil junto à ONU.

Em comunicado lido pelo porta-voz Thomas Traumann, a Presidência afirmou que Dilma agradeceu a "dedicação e o empenho" de Patriota nos últimos dois anos em que ocupou o cargo, e informou que a presidente indicou-o para assumir a missão brasileira na ONU.

Figueiredo estava em Nova York e assume amanhã o novo cargo. Até lá, o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos, comanda interinamente a pasta.

Agência Brasil Agência Brasil
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