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Maia diz que resistência à reforma da Previdência é legítima

9 ago 2017 - 18h19
(atualizado às 19h06)
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira que a resistência de aliados à reforma da Previdência é legítima e reconheceu as dificuldades para articular a aprovação da proposta, mas ponderou que ainda há tempo para as negociações.

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília
11/04/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília 11/04/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Maia voltou a dizer que desde a votação que rejeitou a denúncia contra o presidente Michel Temer --quando 263 deputados votaram com o governo--, tem sustentado que há um "longo caminho" pela frente para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que traz as mudanças nas regras previdenciárias.

"Acho que é legítimo", disse, questionado sobre declarações de deputados da base dizendo que não há condições para aprovar a reforma neste momento. "É melhor que eles falem do que a gente ficar com uma expectativa que não é verdadeira", disse, após reunião com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), sobre a pauta econômica no Congresso.

Alguns integrantes da base, principalmente de partidos que integravam o chamado centrão, já comunicaram o governo que não têm a intenção de votar a PEC. Apontam a proximidade das eleições e o impacto negativo que as mudanças provocaram no eleitorado como argumentos contrários a uma votação no momento.

A movimentação também é vista por alguns como uma cobrança da fatura pela votação que livrou Temer da denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva.

Por se tratar de uma PEC, a reforma da Previdência precisa de 308 votos favoráveis --número que o governo não tem hoje-- em dois turnos de votação na Câmara para então seguir para o Senado.  

O presidente da Câmara lembrou que antes de colocar a reforma da Previdência na pauta, a Câmara precisará votar a reforma política, que tem prazo para tramitar no Congresso ou não terá validade para as eleições de 2018. Pela legislação, qualquer mudança das regras precisa ser aprovada até um ano antes do pleito.

"O cenário não é fácil, mas não é porque o cenário não é fácil que a gente vai desistir", disse. "Eu vou continuar insistindo com calma. A gente tem a reforma política para ser votada durante o mês de agosto e a gente tem algumas semanas para mostrar aos deputados que se a situação econômica é ruim, se nós não dermos uma sinalização para o próximo ano, o ano de 2018 pode ser ainda pior", avaliou.

O deputado argumentou ainda que o acordo depende da capacidade de articulação dos líderes do governo e não quis estabelecer um prazo limite para votação da proposta.

"Olha, a gente falava que o limite era no primeiro semestre, agora já estamos discutindo o segundo. Esse negócio de limite é secundário."

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