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Ex-presidente da BRF é preso em nova fase da Operação Carne Fraca

5 mar 2018 - 11h42
(atualizado às 11h58)
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Denominada Trapaça, nova etapa de investigações da PF tem como alvo gigante do setor de carnes e fraudes laboratoriais perante o Ministério da Agricultura e inclui mandados de prisão temporária e de condução coercitiva.A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira (05/03), a 3ª fase da Operação Carne Fraca, denominada Trapaça e que tem como alvo fraudes laboratoriais perante o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Um dos alvos é a gigante do setor de carnes BRF. O ex-presidente da empresa Pedro de Andrade Faria e o ex-vice-presidente Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior foram presos.

Ao todo, 91 ordens judiciais são cumpridas no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo. São 11 mandados de prisão temporária, 27 de condução coercitiva e 53 de busca e apreensão.

Segundo a PF, as investigações demonstraram que cinco laboratórios credenciados junto ao Mapa e setores de análises da BRF fraudavam resultados de exames em amostras de seu processo industrial, transmitindo ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) dados fictícios em laudos e planilhas, não permitindo, assim, uma fiscalização eficaz do Mapa.

Os investigados poderão responder, por falsidade documental, estelionato qualificado e formação de quadrilha, entre outros crimes, incluindo contra a saúde pública.

O Mapa informou, por meio de nota, que o alvo principal da Operação Trapaça é a fraude nos resultados de análises laboratoriais relacionados ao grupo de bactérias Salmonella spp.

Segundo a PF, cerca de 270 policiais federais e 21 auditores fiscais federais agropecuários participam dos trabalhos, como resultado de ação coordenada entre a PF e o Mapa.

O nome da operação, Trapaça, é uma referência ao sistema de fraudes operadas por um "grupo empresarial do ramo alimentício e por laboratórios de análises de alimentos a ele vinculados".

De acordo o órgão, a fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal já havia identificado irregularidades nos "procedimentos para respaldo à certificação sanitária implementada em algumas unidades frigoríficas, o que resultou em exclusão desses estabelecimentos para exportação aos 12 países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação de Salmonella spp".

A nota informa ainda que, entre outras medidas adotadas pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), a partir da ação conjunta com a Polícia Federal, estão a "suspensão do credenciamento dos laboratórios alvo da operação, até finalização dos procedimentos de investigação, que poderão resultar no cancelamento definitivo do credenciamento; suspensão dos estabelecimentos envolvidos para exportar a países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação de Salmonella spp.; e a implementação de medidas complementares de fiscalização, com aumento de frequência de amostragem para as empresas envolvidas, até o final do processo de investigação".

MD/abr/ots

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