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Embaixada russa promete intermediar contato de parlamentares com Snowden

17 set 2013 - 21h49
(atualizado às 21h56)
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<p>Deputados Nelson Pelegrino, Jaqueline Roriz e Ivan Valente se reúnem com o embaixador russo no Brasil, Sergey Okopov</p>
Deputados Nelson Pelegrino, Jaqueline Roriz e Ivan Valente se reúnem com o embaixador russo no Brasil, Sergey Okopov
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Deputados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional estiveram nesta terça-feira com o embaixador russo no Brasil, Sergey Okopov, para tratar de uma possível ida de missão parlamentar brasileira a Moscou para contatar o ex-técnico terceirizado da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, Edward Snowden, que está asilado na Rússia. De acordo com o deputado Ivan Valente (Psol-SP), o embaixador lhes informou que fará contato com a chancelaria de seu país para saber o paradeiro do ex-agente americano, que denunciou espionagem dos EUA sobre governos e autoridades, inclusive do Brasil.

Okopov prometeu uma resposta para a semana que vem, inclusive quanto à disponibilidade de Snowden para receber os parlamentares. A ida da missão brasileira vai depender da resposta do embaixador russo, de acordo com o deputado. Ele acredita, contudo, que Snowden deve ter interesse em divulgar as denúncias de espionagem, "até porque quanto mais o mundo souber de sua situação, mais ele se sentirá seguro".

Também participaram da audiência os deputados Nelson Pelegrino (PT-BA), presidente da comissão na Câmara, e Jaqueline Roriz (PMN-DF).

Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

Monitoramento

Reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.

De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, então candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.

O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.

Agência Brasil Agência Brasil
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