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Cubana que deixou Mais Médicos quer prestar Revalida e ficar no Brasil

Ramona Matos Rodrigues diz ter abandonado a cidade em que trabalhava por discordar do salário que recebia

5 fev 2014 - 11h48
(atualizado às 12h38)
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A médica cubana Ramona Matos Rodrigues, que abandonou a cidade de Pacajá, no Pará, onde trabalhava pelo Mais Médicos, afirmou nesta quarta-feira que pretende prestar o Exame de Revalidação de Diploma (Revalida) e exercer sua profissão no Brasil, caso obtenha um asilo. Ramona passou a noite na liderança do Democratas (DEM) na Câmara, onde diz que ficará até uma definição de sua situação.

Ramona assinou contrato para atuar no Brasil no dia 27 de setembro do ano passado. Ela afirma ter sido informada em Cuba que receberia US$ 400 por mês no País (aproximadamente R$ 966) e que outros US$ 600 (R$ 1.450) seriam depositados em uma conta em seu país, valor que poderia sacar no fim do programa, além de R$ 750 em auxílio alimentação.

Ela afirma ter se sentido enganada pelo governo cubano ao ficar sabendo que o salário de outros profissionais de saúde do Mais Médicos era de R$ 10 mil. O Ministério da Saúde ainda tomava conhecimento da situação da cubana nesta manhã e não se manifestou sobre o caso.

Nesta quarta-feira, parlamentares do DEM vão se reunir com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, onde apresentarão o pedido de asilo e buscarão esclarecimentos sobre eventual excesso da Polícia Federal com médicos cubanos. Ramona afirma ter tido conhecimento, por uma amiga, que a PF foi a sua casa depois que ela resolveu deixar Pacajá. O ministério ainda não comentou o caso.

A cubana disse ter recebido ajuda de amigos para ir de Pacajá a Marabá de carro, onde pegou um avião para Brasília. Disse ter procurado o deputado Ronaldo Caiado (DEM) por seu posicionamento frente ao programa Mais Médicos – o parlamentar considerava o regime de contratação dos cubanos como “trabalho escravo”.

O DEM quer colocar o gabinete da liderança como uma espécie de “embaixada” para cubanos dissidentes do Mais Médicos. Os parlamentares acreditam que o escritório é inviolável por ficar dentro da Câmara, cuja segurança é de competência da Polícia Legislativa. “O Congresso Nacional é inviolável. Aqui a Polícia Federal não entra. E não vai entrar”, disse o líder do partido na Câmara, Mendonça Filho (PE). “Enquanto tramitar o pedido de asilo nós daremos a ela a proteção necessária jurídica e política para que ela não seja deportada para Cuba”, acrescentou.

ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Terra
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