Conheça cinco grandes nomes da diplomacia brasileira
Na relação dos grandes feitos da história da diplomacia do Brasil, cinco nomes são apontados pelos estudiosos da área: Alexandre Gusmão, Barão do Rio Branco, Oswaldo Aranha, San Tiago Dantas e Celso Amorim. Veja abaixo os comentários do diplomata e professor titular de economia do Instituto Rio Branco Flávio Campestrin Bettarello a respeito dos marcos protagonizados por eles.
Alexandre Gusmão (1695-1753)
Segundo Flávio Campestrin Bettarello, Alexandre Gusmão deve encabeçar a lista dos grandes diplomatas brasileiros porque foi o pioneiro da área no País e teve papel fundamental no Tratado de Madrid, assinado em 1750, para substituir o Tratado de Tordesilhas. "É quando são definidas as fronteiras naturais e estabelecida a posse pelo uso", disse Bettarello sobre o acordo que beneficiou o Brasil por determinar que a terra deveria ser de quem nela vivia.
Barão do Rio Branco (1845-1912)
Já em um Brasil republicano, o Ministro de Relações Exteriores solucionou os últimos problemas na divisão de fronteiras do País. O Barão foi responsável pelo Tratado de Petrópolis com a Bolívia, assinado em 1903, que culminou com a anexação do Acre pelo Brasil. Também participou das negociações das fronteiras de Santa Catarina e do Paraná. "Não é a toa que ele hoje é considerado o patrono da diplomacia e ganhou o Instituto (Rio Branco) em sua homenagem", disse Bettarello.
Oswaldo Aranha (1894-1960)
"Em mundo pós-guerra, ele foi o primeiro a presidir uma sessão da Assembleia Geral da ONU, em 1947", lembra Bettarello. Como chefe da delegação brasileira na Organização, Aranha defendeu a criação do Estado de Israel e Palestino. Também estreitou o relacionamento com a Argentina e incentivou o uso da economia como instrumento da política externa. "Ele criou mecanismos de paz", afirmou o diplomata.
San Tiago Dantas (1911-1964)
Como Ministro das Relações exteriores, ele foi um dos precursores da política internacional. Segundo Bettarello, San Tiago Dantas criou "a ideia de que o Brasil podia andar com as suas próprias pernas". Para Bettarello ele é um marco na história do País em relação à entrada no cenário internacional. "Com uma política externa independente, o Brasil começa a agir de acordo com os seus interesses", disse.
Celso Amorim (nascido em 1942)
A atuação do Ministro das Relações Exteriores é interessante "por conta da aproximação do Brasil com o G-20", segundo Bettarello, ainda mais por um "convite dos próprios países ricos". Para ele, o País vive hoje um momento inédito de representatividade e reconhecimento no cenário internacional. "É mérito do Brasil e os outros países reconhecem", afirmou.