PUBLICIDADE

Vereadora da base de Haddad é relatora da CPI do Transporte

Comissão vai investigar planilhas de custos do transporte público na capital paulista

2 jul 2013 - 12h03
(atualizado às 13h29)
Compartilhar
Exibir comentários
Edir Sales (PSD) foi escolhida para ser a relatora da comissão na Câmara de São Paulo
Edir Sales (PSD) foi escolhida para ser a relatora da comissão na Câmara de São Paulo
Foto: Leandro Martins / Futura Press

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo elegeu nesta terça-feira o vereador Eduardo Tuma (PSDB) para a vice-presidência dos trabalhos do colegiado e a vereadora Edir Sales (PSD) para relatora da CPI. Ela integra a base governista do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). A comissão foi instalada na última sexta-feira na Câmara de Vereadores, com o objetivo de investigar planilhas de custos do transporte público na capital. Ela foi proposta pelo vereador Paulo Fiorilo (PT), que preside o colegiado.

Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas em todo o País
Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

Como único representante da oposição, Tuma se mostrou insatisfeito com a escolha, já que queria o cargo de relator. "A relatoria seria mais adequada (para mim) , por um equilíbrio de forças para uma CPI nomeada de chapa branca, porque é uma CPI com maioria esmagadora governista. Então, o único vereador de oposição mereceria o cargo de relatoria para que seja isento de qualquer pressão do governo. Não tenha dúvida de que não saio inteiramente satisfeito", disse Eduardo Tuma.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/protesto-tarifa/iframe.htm" data-cke-573-href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/protesto-tarifa/iframe.htm">veja o infográfico</a>

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm" data-cke-573-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm">veja o infográfico</a>

Para a relatora, o fato de a maioria da mesa fazer parte da base governista não irá impedir o andamento da CPI. "Iremos analisar com imparcialidade e muito rigor, independente de fazer parte da base aliada ou não, porque quem manda nesta CPI é o transporte paulistano", falou Edir Sales.

Apesar das divergências, Tuma parabenizou a relatora:  “não tenho dúvidas de que ela fará um bom relatório”. O presidente da Câmara Municipal, vereador José Américo (PT), e os vereadores Arselino Tatto (PT), Ricardo Young (PPS), Ricardo Nunes (PMDB), Floriano Pesaro (PSDB), Toninho Vespoli (PSOL) e Paulo Frange (PTB) acompanharam a reunião.

Os vereadores George Hato (PMDB), Toninho Paiva (PR) e Paulo Frange (PTB) foram indicados para suplentes da CPI.

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-metro-onibus-sp/iframe.htm" href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-metro-onibus-sp/iframe.htm">veja o infográfico</a>

SPTrans, Metrô e CPTM na mira

Na reunião desta terça-feira, a CPI já aprovou diversos requerimentos para o início dos trabalhos. Entre os encaminhamentos aprovados, está um da relatora Edir Sales, para que sejam convocados técnicos da São Paulo Transporte (SPTrans), do Tribunal de Contas do União, do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), para prestarem esclarecimentos "sobre as planilhas de custos do transporte coletivo".

A relatora solicitou ainda que a SPTrans envie "o montante de subsídios pago aos permissionários e concessionários desde o início dos contratos, quadro demonstrativo das multas aplicadas e cobradas dos operadores permissionários e concessionários, quadro demonstrativo das linhas intermunicipais que operam em cada região da capital”.

A próxima reunião da comissão está marcada para o dia 19 de julho, às 11 horas. Os vereadores cancelaram o recesso, que estava marcado para esta primeira semana de julho, para prosseguir com os trabalhos da CPI.

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. No dia 19 de junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram a redução dos preços das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos para R$ 3. O preço da integração também retornou para o valor de R$ 4,65 depois de ter sido reajustado para R$ 5.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade