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Tragédia em Santa Maria

RS: após tragédia da Kiss, fiscalização já fechou 100 casas noturnas

8 mai 2013 - 07h34
(atualizado às 07h34)
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Uma onda de fiscalização das condições de segurança das casas noturnas foi deflagrada  em todo o País depois da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Em Porto Alegre, uma força-tarefa composta por diferentes setores da prefeitura e pelos bombeiros vistoriou 160 locais de festas e eventos. Na terça-feira, três estabelecimentos foram fechados – entre eles, o Gigantinho, ginásio de esportes do Inter que também é usado para eventos - totalizando 102 interdições. As informações foram publicadas no jornal Zero Hora

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Mesmo assim, o processo – especialmente na parte burocrática – não está à prova de falhas. A casa noturna Cabaret, no centro da capital, foi liberada para funcionamento pela Secretaria da Produção, Indústria e Comércio (Smic) ao apresentar o Alvará de Prevenção e Proteção contra Incêndios expedido pelo Corpo de Bombeiros – obtido, porém, sem um documento obrigatório, que deveria ter sido liberado pela Secretaria de Urbanismo. Conforme o secretário Humberto Goulart, da Smic, a força-tarefa é composta por, em média, 10 integrantes. São quatro fiscais da Smic, dois da Secretaria de Urbanismo – um deles engenheiro especializado em prevenção de incêndios –, fiscais das secretarias da Saúde e Meio Ambiente e dois integrantes dos bombeiros.

Incêndio na Boate Kiss

Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou 241 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.

Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.

Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas. 

Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

No dia 25 de fevereiro, foi criada a Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. A intenção é oferecer amparo psicológico a todas as famílias, lutar por ações de fiscalização e mudança de leis, acompanhar o inquérito policial e não deixar a tragédia cair no esquecimento.

Fonte: Terra
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