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SP: sobe para 13 número de vítimas de chuvas em Itaóca

Dez das 13 vítimas são da mesma comunidade, no bairro do Guarda Mão

15 jan 2014 - 20h59
(atualizado às 21h36)
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A aproximadamente 3 quilômetros do centro de Itaóca, o bairro do Guarda Mão foi o mais afetado pela enxurrada do último domingo
A aproximadamente 3 quilômetros do centro de Itaóca, o bairro do Guarda Mão foi o mais afetado pela enxurrada do último domingo
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O número de vítimas das chuvas que atingiram domingo e segunda-feira a cidade de Itaóca, no interior de São Paulo, subiu nesta quarta-feira para 13, depois de as autoridades encontrarem mais um corpo. Desde o começo da semana, várias equipes de Defesa Civil, da polícia e dos bombeiros estão na cidade para auxiliar os afetados e para buscar os desaparecidos, que podem chegar a uma dezena.

De acordo com a Defesa Civil, foram identificados 11 dos 13 corpos achados, dos quais nove são do sexo feminino e duas no masculino. As inundações provocadas pelas chuvas afetaram cerca de 100 imóveis, o que obrigou 332 pessoas, de 83 famílias, a se deslocarem segundo o comunicado de Defesa Civil.

Após as perdas humanas e materiais, Itaóca declarou estado de calamidade pública. No município de Paulínia, também no interior do Estado de São Paulo, outra pessoa morreu em consequência de um temporal que afetou a cidade. De acordo com a Defesa Civil do local homem circulava com sua motocicleta quando uma árvore, derrubada pela força do vento, o atingiu.

Dez das 13 vítimas são da mesma comunidade

A aproximadamente 3 quilômetros do centro de Itaóca, o bairro do Guarda Mão foi o mais afetado pela enxurrada do último domingo. Das 13 mortes já confirmadas, 10 são de moradores da comunidade. Entre os desaparecidos, o número também é alto, 10 dos 15 são dessa área. O acesso ao bairro está complicado, porque a rua foi destruída pela força da água. Emaranhados imensos de troncos de árvores e lama bloqueiam a estrada que leva ao vilarejo.

Com dor no corpo, tontura e sonolência, o aposentado Arderico Cardoso, 77 anos, não sabia como fazer para se deslocar da casa dele, que não foi destruída, até o posto de saúde, na região central. "Ele mora aqui há 20 anos e nunca tinha passado por nada parecido. A estrada sempre foi um acesso tranquilo e agora a gente tem que passar por isso", lamentou o filho de Arderico, Sebastião Cardoso, 41 anos. Em vez de carregá-lo pelo caminho de 30 minutos a pé, os vizinhos avaliaram que o melhor seria pedir auxílio às equipes de socorristas que estão na região.

Moradora do bairro há 60 anos, a aposentada Conceição da Mota Camargo, 77 anos, teme passar pela mesma situação do vizinho. "Nem saio daqui. Meu marido tentou andar um pouquinho e já machucou a perna. Se precisar de socorro, é que vou ter que ir", relatou. Ela disse que o rio nunca subiu como dessa vez, destruindo dezenas de casas da comunidade. "Onde eu moro, só sobramos eu e o meu marido. A água subiu até o pescoço, vimos cair a parede da casa, foi quando a água baixou, senão a gente morria afogado. Ficamos sentados no colchão até amanhecer o dia", relembrou.

Conceição não sabe se vai poder retornar para casa. Por enquanto, ela está abrigada na casa do genro, também em Guarda Mão. O aposentado Renê Lopes Almeida, 62 anos, dos quais 40 foram vividos no bairro, pensa em mudar para Curitiba (PR). "Não tenho mais jeito de ficar. Tenho um filho morando lá. Minha casa, onde tenho um bar também, não foi atingida, mas perdi todos os vizinhos", declarou. Ele disse que a casa ficou isolada e, por isso, decidiu mudar temporariamente para a residência de parentes no bairro do Lajeado.

Renê cita os nomes de cada vizinho desaparecido e contabiliza pelos menos 15 pessoas de Guarda Mão que sumiram depois da enxurrada. "A água levou tudo. Na hora da chuva, peguei uma lanterna e vi que a vizinhança tinha sumido toda", relatou. O balanço da Defesa Civil estadual aponta, até o momento, 13 mortos. O total de desaparecidos foi atualizado na manhã de hoje, passando de oito para 15. "As comunicações vão chegando, por isso o número é flutuante", explicou o coordenador do órgão, coronel Aurélio Alves Pinto.

Além de Guarda Mão, o bairro do Lajeado também está entre os mais atingidos pela enxurrada que percorreu o Rio Palmital e devastou a cidade. Hoje, a prefeitura anunciou a instalação de um posto de comando, montando no centro, sub-bases nessas duas localidades. "São zonas vermelhas, como a gente chama, que foram muito atingidas e, por isso, devem ter essa atenção", disse o prefeito Rafael Camargo.

A Defesa Civil informou ainda que duas pessoas estão hospitalizadas com ferimentos causados pela enxurrada. Segundo o Hospital de Apiaí, a 20 quilômetros de Itaóca, João Vitor de Oliveira, 14 anos, foi internado ontem com uma fratura no pulso e escoriações por todo o corpo. O braço foi imobilizado e não será necessário passar por cirurgia. O paciente Dimas de Oliveira, 48 anos, por sua vez, foi transferido para o hospital de Itapeva, porque apresentava múltiplas fraturas. O estado de saúde dele não foi informado. Itaóca, município com 3,3 mil habitantes, conta apenas com um posto de saúde.

Com informações da Agência Brasil

EFE   
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