PUBLICIDADE

SP: MPL processará comandante da PM por abuso de poder em protestos

27 ago 2013 - 13h24
Compartilhar
Exibir comentários
<p>A&ccedil;&atilde;o da PM na noite de 13 de junho foi considerada a mais violenta durante os protestos em S&atilde;o Paulo, com ataques at&eacute; mesmo a membros da imprensa</p>
Ação da PM na noite de 13 de junho foi considerada a mais violenta durante os protestos em São Paulo, com ataques até mesmo a membros da imprensa
Foto: Amauri Nehn / Brazil Photo Press

O Movimento Passe Livre anunciou nesta terça-feira que moverá, junto com outras 16 organizações populares, uma ação coletiva contra o governo de São Paulo devido à atuação da Polícia Militar em repressão aos protestos contra o reajuste das tarifas de ônibus, ocorridos em junho. Entre as medidas pleiteadas pelos movimentos está a abertura de investigação contra o comandante da PM responsável pelas ações do dia 13 de junho, a quem o MPL acusa de abuso de poder, "uma vez que o mesmo admitiu publicamente ser responsável pela repressão e pela inconstitucional prisão para averiguação".

O MPL pretende divulgar o inteiro teor da ação na próxima quinta-feira, em evento em São Paulo. "Foram evidentes - sendo inclusive amplamente noticiadas pela mídia - as violações dos direitos constitucionais empreendidas pela Polícia Militar", acusa o movimento. Segundo o MPL, os episódios do dia 13 de junho "mostraram a violência com a qual a Polícia Militar historicamente lida com a população que se organiza para se manifestar e reivindicar seus direitos".

Além do pedido de investigação do comandante da PM, os movimentos sociais também apresentarão uma representação para a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadã, "já que há muitos indícios de que as ações de repressão foram coordenadas por órgãos como o Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública e o Comando Geral da PM". O objetivo, informa o MPL, é apurar as responsabilidades desses órgãos pela ação policial, "assim como a responsabilização dos que violaram direitos da população".

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. No dia 19 de junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram a redução dos preços das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos para R$ 3. O preço da integração também retornou para o valor de R$ 4,65 depois de ter sido reajustado para R$ 5.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade