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Senado aprova projeto que pune abordagens por preconceito

João Alberto Freitas foi espancado e morto por seguranças do supermercado em Porto Alegre em outubro. Proposta segue para análise da Câmara dos Deputados

10 dez 2020 - 21h45
(atualizado em 11/12/2020 às 07h49)
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BRASÍLIA - O Senado aprovou um projeto que pune agentes públicos e profissionais de segurança por abordagens motivadas por preconceito. A proposta foi apresentada pelo senador Paulo Paim (PT-RS) após a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, espancado em um supermercado Carrefour de Porto Alegre no dia 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra.

Protesto em frente a unidade  do Carrefour em São Gonçalo (RJ) 
22/11/2020
REUTERS/Ricardo Moraes
Protesto em frente a unidade do Carrefour em São Gonçalo (RJ) 22/11/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

A proposta proíbe a atuação de agentes públicos, civis ou militares, motivada por discriminação ou preconceito de qualquer natureza, notadamente de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero ou orientação sexual. O dispositivo alcança desde ações relacionadas à segurança pública até inspeções e vistorias.

Atualmente, o Código Penal prevê detenção de seis meses a três anos para um agente público que praticar violência no exercício da função, além da pena correspondente à violência em si. O projeto do Senado, que seguirá para a Câmara, aumenta a pena em 50% se o crime tiver motivação por discriminação ou preconceito. A proposta coloca a mesma punição na Lei de Crimes Raciais e também na Lei de Abuso de Autoridade, voltada a policiais, promotores e outras autoridades.

"A votação desse projeto vai fazer com que diminua, com que se reduza, pelo menos reduza a violência contra o povo negro e todos os discriminados", afirmou Paulo Paim, destacando que a medida foi aprovada pelos senadores no Dia Internacional dos Direitos Humanos. Se aprovada na Câmara, a proposta dependerá ainda de sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Estadão
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