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São Paulo tem segundo dia de desfiles de escolas de samba neste sábado

O público que assistir aos desfiles deste sábado vai viajar da China a Portugal, vai aprender sobre os orixás e os ciganos, enaltecer o amor e o saber, assim como as inovações

22 fev 2020 - 20h25
(atualizado em 23/2/2020 às 07h28)
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SÃO PAULO - O sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo, recebe na noite deste sábado, 22, o segundo dia de desfiles do grupo especial de escolas de samba. A partir das 22h30, a Pérola Negra abre os desfiles. Até a manhã de domingo, vão passar pela avenida mais seis escolas, completando o desfile do grupo de 14 escolas que se iniciou na noite de sexta-feira.

Para manter o público animado, as agremiações terão de esquentar mais dos que os tamborins, porque a previsão do tempo para a noite e madrugada tem mínima de 17ºC.

Direto do Anhembi

A primeira escola a desfilar no sambódromo foi a Pérola Negra, que, de volta ao Grupo Especial, defendeu o samba-enredo "Bartali Tcherain - A Estrela Cigana, Brilha na Pérola Negra", fazendo uma homenagem ao povo cigano. Já na comissão de frente, a escola contou a lenda da criação do povo. Famosas personagens ciganas das artes também foram homenageadas, como Carmen, da ópera de Georges Bizet e a brasileira Sandra Rosa Madalena, da canção de Sidney Magal.

Em seguida foi a vez da Colorado do Brás tomar conta do sambódromo do Anhembi. A escola começoou o desfile com chuva, que não afastou a animação dos integrantes da escola tampouco do público. Com o samba-enredo "Que Rei Sou eu?", a escola contou a história de Dom Sebastião, rei de Portugal no século 16.

O desfile contou com referências a elementos da cultura portuguesa. A religião também teve espaço, já que o rei cristão lutou contra os mouros em nome de sua religião. Imagens de Jesus Cristo e Nossa Senhora apareceram durante a passagem da Colorado no sambódromo do Anhembi.

Quem seguiu o desfile foi a Gaviões da Fiel, quarta escola a cruzar o Anhembi na madrugada deste domingo, 23. A agremiação levou o amor para o sambódromo defendendo o samba-enredo "Um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como e explode não sei porquê". O nobre sentimento foi lembrado com a inclusão de personagens das artes, como Romeu e Julieta, que estavam na comissão de frente e na bateria a personagens históricos como Tiradentes, demonstrando o amor por uma causa.

O desfile marcou a estreia do carnavalesco Paulo Barros na folia paulistana, que trouxe suas marcas à passagem da escola pelo sambódromo, como destaques ensaiados e surpresas ao longo do desfile. A comissão de frente da Gaviões da Fiel pegou fogo enquanto passava pelo Anhembi, demonstrando o calor do sentimento.

Quinta escola a desfilar, a Mocidade Alegre levou elementos das matrizes culturais africanas para o sambódromo do Anhembi, defendendo o enredo "Do Canto das Yabás, Renasce uma Nova Morada". Um dos destaques do desfile da comunidade, conhecida também como Morada do Samba, foi exaltar o feminino e sagrado poder das mulheres, mostrando as deusas africanas como principais personagens da história contada no desfile. Quem também teve destaque foram os elementos e forças da natureza.

A narrativa da escola mostrou uma menina que tenta ajudar a mudar o mundo com os ensinamentos das orixás femininos. Um dos carros chegou a carregar 5 mil litros de água para homenagear e representar Iemanjá, rainha dos mares e oceanos. Outros orixás também foram representados e homenageados como Oxum e Nanã. O samba foi ecoado pelo público do sambódromo do Anhembi.

Quinta escola a passar pelo sambódromo do Anhembi no último dia de desfile do grupo especial, a Águia de Ouro defendeu educação e conhecimento com o samba-enredo "O Poder do Saber". A ecola passeou pela história da humanidade, desde a pré-história até imaginar um futuro tecnológico cheio de paz e harmonia.

Livros e acontecimentos históricos tiveram espaço durante o desfile, como a explosão das bombas atômicas no Japão. Enquanto passava pelo sambódromo do Anhembi, a escola pregou que o conhecimento e o saber devem ser usados para o bem e para alcançarmos a paz e, finalmente construirmos uma nova humanidade.

Quem seguiu a noite de desfiles foi a Unidos de Vila Maria, onsiderada uma das favoritas em um ano que teve algumas das escolas mais tradicionais rebaixadas para o grupo de acesso. A escola levou para a avenida uma homenagem ao povo chinês. Com o samba-enredo "O Sonho de um Povo Embala o Samba e Faz a Vila Sonhar", a Vila Maria falou "das coisas boas que a China fez pela humanidade", como explicou ao Estado o carnavalesco Cristiano Bara. Como exemplo, ele cita as invenções e os avanços tecnológicos.

Uma das características do desfile foi a alegria e a energia para cima dos integrantes da acgremiação. A passagem pelo sambódromo do Anhembi teve espaço para exaltar as criações chinesas como tintas, a bússola e a pólvora. Também mostrou como o gigante asiático tem se desenvolvido tecnologicamente e passsado a cuidar do meio-ambiente como as construções mais modernas. A cultura milenar chinesa também esteve presente em representações como da dança dos leques.

Última escola a cruzar o sambódromo do Anhembi, a Rosas de Ouro desfilou no início da manhã, já com dia claro, e defendeu o samba-enredo "Tempos Modernos" falando sobre tecnologia. Muito metalizado e fantasias com referências ao mundo tecnólogico. A história foi contada do ponto de vista de um robô.

Um dos detalhes do desfile foi que o estilista Ronaldo Fraga foi responsável pela fantasia da Velha Guarda da escola. A tecnologia não esteve apenas na passarela. Quem estava no público tinha chance de ver um sexto carro com o celular por realidade aumentada. Alguns componentes da escola tiveram sinais vitais monitorados à distância em tablets.

Veja a ordem dos desfiles do carnaval em São Paulo neste sábado

22h30 - Pérola Negra

23h35 - Colorado do Brás

0h40 - Gaviões da Fiel

1h45 - Mocidade Alegre

2h50 - Águia de Ouro

3h55 - Unidos de Vila Maria

5h00 - Rosas de Ouro

Na primeira noite do carnaval 2020 de São Paulo, escolas de samba carregaram na crítica social em meio à folia do Anhembi. Teve placas com frases lacradoras. Teve alegoria gigante de Marielle Franco, crítica à violência policial e até menino que veste azul e menina que veste rosa. Mas houve também quem não quis misturar política e Sambódromo e alguns problemas técnicos. A campeã de 2019, a Mancha Verde, desfilou na madrugada deste sábado.

Estadão
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