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RS: Mercado Público será reaberto, mas obras continuam por mais 10 meses

Parte das obras de recuperação do Mercado Público não serão licitadas

13 ago 2013 - 06h00
(atualizado às 06h00)
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Comerciantes trabalham antes da reabertura parcial do Mercado Público de Porto Alegre (RS)
Comerciantes trabalham antes da reabertura parcial do Mercado Público de Porto Alegre (RS)
Foto: Samuel Maciel / Futura Press

Incluído nas obras do PAC Cidades Históricas, o Mercado Público de Porto Alegre (RS), destruído por um incêndio no dia 6 de julho, reabre as portas com 73 das 110 lojas funcionando nesta terça-feira. Dentro de mais 40 dias, todo o andar inferior deve ser liberado, mas as obras devem se estender por pelo menos mais 10 meses, sem contar com as obras de restauração, que não têm previsão de início ou término. Além disso, parte dos reparos serão feitos sem licitação, em virtude da especificidade de um trabalho de restauração, como informa o vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que tem acompanhado de perto o caso.

Vídeos registram incêndio no Mercado Público de Porto Alegre; veja

“As obras qualificadoras serão licitadas, mas a obra que vai fazer o telhado, que vai recuperar a parte histórica, nós vamos contratar a última empresa que fez a recuperação do Mercado em 2007, porque ela tem as plantas e o know-how (conhecimento) da obra - até porque não são tantas empresas que trabalham com restauro. É uma decisão que nós tomamos com todo o acautelamento necessário, mas é por aí que nós estamos caminhando”, disse Melo, pouco antes de citar o termo usado para justificar esse tipo de contrato, “inexigibilidade de licitação”. “Se a obra de recuperação fosse feita toda com licitação, isso era coisa pra dois ou três anos.”

Como o incêndio atingiu principalmente o telhado do mercado, para abrir as portas nesta terça, tapumes e lonas foram colocadas no pavimento superior. Dentro de 40 dias, todas as lojas do piso térreo devem ser abertas. As que ficavam no segundo andar ainda não têm previsão de abertura, mas a prefeitura estuda alguma medida, como uma cozinha comunitária, para que os restaurantes possam seguir atendendo seus clientes. 

“Essa reconstrução do telhado e do restauro se trabalha com hipótese de 10 meses. Agora, essa parte baixa de liberação das 110 lojas, estamos liberando 69 lojas. Depois, vamos liberar mais 29 daqui a uns 40 dias, e as 10 que estão na parte de cima, para que elas possam funcionar, vai demorar um pouco mais, então estamos buscando uma solução no mercado, para ver se a gente consegue atender esses 10 permissionários que não têm condições de ficar fechados por muito tempo. Talvez em uma cozinha comunitária, para que eles possam servir em uma grande praça de alimentação”, sugeriu Melo.

As obras são realizadas em três etapas. A primeira diz respeito à liberação do piso térreo para a reabertura da maioria das lojas, que acontece parcialmente a partir de hoje, com custo de aproximadamente R$ 1,5 milhão. A segunda parte deve recuperar o telhado. Em um terceiro momento, “ou concomitantemente”, como diz o vice-prefeito, serão feitas as obras qualificadoras, que visam melhorar as condições do Mercado Público na questão de segurança contra incêndio e sistema elétrico, por exemplo.

Durante sua passagem pelo Rio Grande do Sul no final da semana passada, a presidente Dilma Rousseff voltou a falar sobre o incêndio no Mercado. Ela afirmou que, logo após o sinistro, conversou com o prefeito José Fortunati (PDT) e falou sobre os R$ 19,5 milhões do PAC Cidades Históricas para as obras.

“O Mercado Público faz parte da vida de cada um de nós que moram no Rio Grande do Sul. Logo depois do evento do incêndio, o prefeito e o governo federal, nos comunicamos, e quero dizer que eu assumi o compromisso de ajudar a reconstruir todos os efeitos desse incêndio”, afirmou Dilma no sábado, durante inauguração do Aeromovel, um outro símbolo da cidade de Porto Alegre.

Mercado Público
Um dos principais cartões postais de Porto Alegre, o Mercado Público já registrou outros três incêndios em seus 140 anos de história: em 1912, 1972 e 1979, este último no ano em que foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Município. Na década de 1990 o prédio passou por uma restauração em toda a estrutura, que durou sete anos.

Um dia após o Mercado Público de Porto Alegre (RS) sofrer um incêndio de grandes proporções, o prédio histórico no Centro da capital gaúcha foi aberto no domingo para a entrada de policiais e de peritos. Por volta do meio-dia, a Brigada Militar permitiu o acesso de equipes de reportagem à parte interna do Mercado.

Ao entrar no prédio histórico, a primeira impressão era de que o estrago era muito menor do que se previa pelas imagens do fogo veiculadas na noite de sábado. "Quando via as imagens ontem, parecia terra arrasada", disse o secretário da Produção, Indústria e Comércio (Smic) de Porto Alegre Humberto Goulart, ao entrar no Mercado Público.

Fonte: Terra
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