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Promotor: Maníaco da Cantareira planejou ataques e não é doente

13 mar 2012 - 16h45
(atualizado às 17h26)
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Marina Novaes
Direto de São Paulo

O promotor Eduardo Campana, responsável pela acusação contra Ademir Oliveira Rosário, que é julgado nesta terça-feira, em São Paulo, pelas mortes dos irmãos Francisco e Josenildo José ferreira de Oliveira, de 14 e 13 anos, ocorridas em 2007, descartou que o réu, conhecido como Maníaco da Cantareira, não tivesse consciência de seus atos. Em seu depoimento, pouco antes, Rosário alegou ter tido um "branco" durante os crimes, e afirmou não saber "o que deu" nele.

"Não basta uma pessoa ter perturbação ou alegar ter perturbação, há necessidade que ele não tenha uma capacidade plena de ter consciência do ato, (...) e isso foi afastado pelo laudo (psicológico). Ele tinha capacidade para saber o que fazia", afirmou o promotor, ao expor seus argumentos aos sete jurados. Para a acusação, Rosário premeditou as mortes e planejou abusar sexualmente dos adolescentes. "Na abordagem eles já estavam determinados a abusar sexualmente desses meninos."

O julgamento do Maníaco da Cantareira começou por volta das 13h50, no Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo, e a expectativa é de que a sentença saia ainda hoje, já que nenhuma testemunha foi arrolada pelas partes. Rosário responde por dois homicídios triplamente qualificados.

Em seu depoimento, além de ter alegado ter tido "um branco", o réu admitiu ter matado apenas um dos irmãos, Francisco, e acusou seu comparsa, o pai-de-santo Elson José Messaggi, de matar Josenildo. Elson foi condenado em 2009 a 31 anos de prisão pela morte de Josenildo e pelo abuso sexual de Francisco, e permanece preso até hoje.

Os irmãos foram assassinados a facadas em setembro de 2007, na Serra da Cantareira, para onde haviam ido apanhar frutas. De acordo com o assistente de acusação, Enéas de Oliveira Matos, o Ministério Público espera que ele seja condenado a pelo menos 60 anos de prisão.

As vítimas desapareceram em um sábado, mas os corpos só foram encontrados três dias depois, com marcas de violência sexual e diversos ferimentos a facadas. Em seu depoimento, que durou apenas 20 minutos, o réu negou ter estuprado as vítimas. Na época dos assassinatos, Rosário estava preso em regime semiaberto por outro crime.

"Não sei o que deu em mim, me deu uma coisa em mim. (...) Eu queria ter uma coisa com eles, que não é estupro como foi falado", alegou.

Entenda o caso

Os irmãos Josenildo José de Oliveira, 13 anos, e Francisco de Oliveira Neto, 14 anos, desapareceram em setembro de 2007, na Serra da Cantareira, na capital paulista, após avisarem a mãe que iriam colher frutas em uma chácara na região. Os corpos foram encontrados três dias depois, a uma distância de 100 m um do outro. Os meninos estavam nus e tinham marcas de perfurações provocadas por objeto cortante.

A polícia localizou os corpos após três garotos denunciarem que, no mesmo dia do desaparecimento dos irmãos, um homem que fingiu estar armado ordenou que o trio o acompanhasse na mata. Os meninos disseram que o homem tentou amarrá-los em árvores, mas conseguiram fugir quando perceberam que ele não portava arma.

Um dia depois, um suspeito foi preso. Ademir Oliveira Rosário era morador da região e cumpria pena em regime semiaberto por homicídio e atentado violento ao pudor. Ele teve permissão para deixar o presídio na sexta-feira, véspera do crime, e voltar na segunda-feira - e o fez. Na época, a polícia informou que ele confessou os homicídios.

Acusado de ser comparsa de Ademir, o pai-de-santo Elson José Messagi foi preso dias depois. Em 2009, ele foi condenado a 31 anos de prisão por homicídio e atentado violento ao pudor contra Josenildo, e por tentativa de abuso sexual contra Francisco. Ele recorre da sentença preso.

Fonte: Terra
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