Número de ônibus destruídos quase dobrou em São Paulo em 2013
Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo apontou que o número de ônibus destruídos na capital quase que dobrou em 2013 em relação ao ano anterior. O documento, divulgado pela SPTrans, revela que até o dia 8 de dezembro deste ano, 1.216 ônibus foram depredados na cidade. Em todo o ano de 2012, 688 ônibus foram depredados.
Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos
Também houve um aumento no número de ônibus incendiados segundo a SPTrans. Em 2012, a cidade registrou 53 veículos destruídos desta maneira, contra 63 até os oito primeiros dias de dezembro de 2013.
Os protestos populares que ocorreram na cidade, principalmente no mês de junho, contribuíram para o aumento do número de veículos danificados segundo a prefeitura. Em no dia 11 de junho, foram registrados 85 casos de veículos danificados, sendo que 41 foram depredados e 44 “vandalizados”, vítimas de pichações e avarias leves.
Quando somados os ônibus da SPTrans aos veículos da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), o número de veículos danificados em 2013 chega a 1496, contra 824 em 2012. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SP-Urbanuss), cada ônibus queimado custa em média R$ 500 mil e o prejuízo de 2013 teria chegado à casa dos R$ 25 milhões.
Pelo menos dois motoristas e uma cobradora ficaram feridos em incêndios de ônibus em 2013.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.