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Novos protestos pedirão abertura de CPIs contra governador do RJ

Três manifestações estão marcadas para os próximos dois dias no Rio, todas questionando atitudes do governo Cabral

30 jul 2013 - 17h07
(atualizado às 17h15)
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Apesar da aparente mudança de atitude do governador do Rio, Sérgio Cabral, a capital continuará convivendo com protestos. Para esta quarta-feira, manifestantes estão convocando pela internet um ato com concentração na Cinelândia, que vai passar pelo Ministério Público e seguir até a Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), para pedir que se declare ilegal o decreto do governador que institui a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo. Além de pedir as comissões parlamentares de inquérito (CPI) da Copa, da Delta e dos helicópteros, e que o Ministério Público se posicione mais claramente em relação aos movimentos.

Cerca de 3 mil pessoas já confirmaram presença no protesto marcado para iniciar às 16h. Integrantes da página do Facebook, entretanto, fizeram um alerta, dizendo que são contra qualquer tipo de saques a lojas ou bancos.

Na quinta-feira, mais dois protestos estão convocados. No centro da cidade, na Candelária, manifestantes pretendem sair em direção à Alerj, para pedir a abertura de uma CPI para investigar o governador. Já na Rocinha, na zona sul, a família do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido depois de ser levado para averiguação por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) há duas semanas, vão se manifestar contra os "Amarildos do Brasil", em relação a todos os desaparecidos após ações policiais. 

Identificação

A Polícia Civil informou que identificou dois participantes do protesto no último dia 18. Arnaldo José Martins Neto, 24 anos, prestou depoimento e confirmou ter participado dos atos de vandalismo. Ele será indiciado por furto qualificado, dano ao patrimônio e incitação ao crime, depois de ter quebrado uma placa de trânsito e o vidro de uma agência bancária.

Já Willian Josean dos Santos, morador do Vidigal, 18 anos, não foi encontrado. As imagens da polícia mostram ele com uma barra de ferro tentando quebrar vidros e caixas eletrônicos, além de ter sido filmado furtando uma loja de roupas. 

Protestos mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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