Motoristas de ônibus fazem paralisação em SP; sindicato alega atraso em pagamentos
De acordo com a entidade, não há prazo para encerramento
Motoristas de ônibus em São Paulo realizaram uma paralisação devido ao atraso no pagamento do 13º salário e do vale-refeição, sem previsão para término enquanto não houver um novo acordo.
O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de São Paulo anunciou, nesta terça-feira, 9, uma paralisação parcial após o não pagamento do 13º salário e do vale-refeição. O diretor da entidade, Nailton Porreta, afirmou que, enquanto não for firmado um novo acordo com as empresas responsáveis, as frotas permanecerão paradas.
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Ao Terra, Porreta explicou que havia um acordo para que o pagamento da primeira parcela, que pela lei deveria ser paga no dia 30 de novembro e está em atraso, fosse realizado juntamente com a segunda, no próximo dia 12. No entanto, na tarde desta terça, o sindicato recebeu um ofício dos empresários pedindo um novo prazo, sem definir uma data.
De acordo com o documento, as viações não conseguiram firmar questões contratuais e de repasses financeiros junto à Prefeitura de São Paulo, o que revoltou os trabalhadores, que decidiram paralisar.
“Servimo-nos da presente para comunicar que, em função da reunião havida na data de hoje junto à Secretaria de Mobilidade e Transporte de São Paulo (SMT), foi-nos informado que não seria dado conhecimento prévio acerca dos estudos e, consequentemente, dos valores a serem liberados antes do julgamento pelo TCM. Em razão disso, solicitamos a dilatação do prazo para pagamento do 13º salário, posto que não há como assinar qualquer documento junto àquela Secretaria sem o prévio conhecimento da composição da revisão ordinária dos respectivos contratos”, diz o comunicado.
Segundo o líder sindical, ainda não há data ou horário para encerramento do ato. “Enquanto não derem uma nova data, vamos permanecer parados. Se derem, liberamos na madrugada”, afirmou Porreta.
O Terra entrou em contato com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana/Transportes e a SPTrans sobre a paralisação, mas ainda não obteve retorno.
A reportagem também procurou o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) e aguarda resposta.
Além da paralisação, a população também está lidando com os efeitos da chuva. Segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), em todos os sentidos da cidade estão sendo registrados mais de 100km de lentidão, sendo o maior na Zona Oeste (Moema, Ipiranga, Morumbi, Santo Amaro e Parelheiros) com 369 km.
Prefeitura registra Boletim de Ocorrência contra empresas que aderiram à greve em SP
A prefeitura de São Paulo afirmou nesta terça-feira, 9, que, a pedido do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte e a SPTrans registraram um boletim de ocorrência contra as empresas que aderiram à paralisação no transporte público sem aviso prévio.
"A gestão se solidariza com todos os passageiros que dependem do transporte público e que hoje sofrem com o descaso, irresponsabilidade e falta de compromisso dessas companhias com a população", afirmou em nota ao Estadão.
Segundo informações da TV Globo, as empresas que recolheram ônibus, até o momento, foram:
- Express
- Gato Preto
- Santa Brígida
- Sambaíba
- Viação Metrópole
- Ambiental
- Via Sudeste
- Viação Grajaú
- Mobibrasil
- Campo Belo
- Gatusa
- KBPX
- Transppass
- Transunião
- Movebuss