Metanol: Investigação analisa uso de etanol de baixa qualidade na produção de bebidas falsas em SP
Balanço aponta que 14 casos já foram confirmados no estado
A principal linha de investigação dos casos de intoxicação por metanol em São Paulo indica que produtores clandestinos de bebidas usaram etanol de baixa qualidade, já contaminado com metanol, acreditando que se tratava de etanol puro. A informação foi confirmada nesta segunda-feira, 6, pelo secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
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Segundo Derrite, os investigadores trabalham com a hipótese de que os responsáveis pela adulteração não tenham percebido a contaminação do produto utilizado no processo de fabricação das bebidas.
Outra possibilidade, ainda em análise, é a de que o metanol tenha sido empregado para lavar as garrafas antes do envase das bebidas falsificadas. Por enquanto, as autoridades descartam o envolvimento de facções criminosas no caso. "São locais distintos [de apreensão], e nenhum dos 41 presos pertence ou pertenceu a qualquer organização criminosa", declarou Derrite.
Durante as ações de fiscalização, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou a suspensão preventiva da inscrição estadual de oito estabelecimentos comerciais (seis distribuidoras e dois bares) suspeitos de ligação com os casos. "Como os estabelecimentos precisam emitir nota fiscal, a partir do momento em que eles têm a suspensão da inscrição estadual, não poderão operar", explicou o governador.
De acordo com Tarcísio, a suspensão é uma medida preventiva, mas poderá se tornar definitiva caso os responsáveis não comprovem a origem dos produtos comercializados.
O mais recente balanço da Secretaria da Saúde aponta 14 casos confirmados de intoxicação por metanol e 178 ainda sob investigação em todo o Estado. Duas mortes foram confirmadas, enquanto outras sete permanecem em análise. Quinze ocorrências foram descartadas após avaliação clínica.
