Médico é afastado após denúncia de consumo de bebida alcoólica em pronto-socorro de SP
Caso foi registrado como não criminal na Central de Polícia Judiciária de Praia Grande
Médico de Praia Grande foi afastado após acusação de ingerir álcool durante plantão, com sindicância instaurada pelo Cremesp; defesa nega e alega armação, enquanto o caso segue sem julgamento definitivo.
Um médico foi afastado de suas funções no Pronto-Socorro Geral de Praia Grande, no litoral de São Paulo, após ter sido denunciado por consumir bebida alcoólica durante uma consulta.
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Um paciente de 33 anos denunciou a situação ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), no qual alegou que o profissional estava ingerindo bebida alcoólica durante o plantão em um posto de saúde no bairro Vila Guilhermina.
Em nota ao Terra, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que o caso foi registrado como não criminal na Central de Polícia Judiciária de Praia Grande.
"Os agentes compareceram ao local e foram recebidos por um médico de plantão, que informou ter comunicado o fato ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para as devidas apurações administrativas", disse.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) afirmou em nota ao portal que realizou protocolo sobre o caso e irá instaurar uma sindicância para checar os fatos.
Em vídeo que circula nas redes sociais, o paciente acusa o médico de estar consumindo vodca no local de trabalho, enquanto o profissional se defende e nega a acusação.
A defesa do profissional, nas pessoas dos advogados Rafael Leocadio Cristofoli Cunha e Victor Vilas Boas Aló, informou ao Terra que "é absolutamente inverídica a armação de que o profissional teria atendido os pacientes sob efeito de álcool".
"O vídeo amplamente divulgado não mostra qualquer ato de ingestão de substância, tampouco qualquer sinal de alteração comportamental ou profissional. Trata-se de uma gravação clandestina, realizada sem autorização e sem qualquer contexto, cujo conteúdo foi interpretado de forma distorcida, com viés acusatório injusto e danoso", declarou.
A defesa alegou, ainda, que já adotou todas as providências judiciais cabíveis contra os autores da gravação. "O médico encontra-se profundamente abalado emocionalmente, com prejuízos à sua vida
profissional, familiar e psíquica, sofrendo os efeitos de um linchamento virtual sem julgamento, sem
contraditório e sem provas — o que configura grave violação a seus direitos fundamentais", completou.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Praia Grande e com o paciente de 33 anos para obter a versão dos fatos de ambos, mas até o momento desta publicação não obteve retorno.