Justiça brasileira solicita extradição de 'Senhor das Armas', maior contrabandista da América do Sul
Diego Hernan Dirísio é suspeito de contrabandear 43 mil armas para facções criminosas no Brasil; ele teria movimentado R$ 1,2 bilhão
A Justiça Federal da Bahia solicitou a extradição do criminoso conhecido como 'Senhor das Armas' e sua esposa para responderem à lei brasileira devido ao contrabando de 43 mil armas para facções criminosas no País.
A Justiça Federal da Bahia solicitou a extradição de Diego Hernan Dirísio, conhecido como "Senhor das Armas", e de sua esposa, Julieta Vanessa Nardi Aranda, para o Brasil. As informações são do jornalista César Tralli, da GloboNews.
O criminoso é considerado o principal traficante de armas da América Latina. Ele chefiava um grupo suspeito de contrabandear 43 mil armas para facções criminosas, incluindo o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Estima-se que ele tenha movimentado aproximadamente R$ 1,2 bilhão.
O casal foi preso no início de fevereiro na Argentina, e as autoridades brasileiras querem que eles sejam extraditados para cumprir a pena no Brasil. Os dois países possuem um acordo que viabiliza a extradição.
"Eles têm que responder perante a lei brasileira, e a gente espera que aqui sejam condenados e presos e cumpram a condenação no Brasil. É uma resposta muito importante que a gente pode dar para o crime organizado, para as facções criminosas, para os grupos que atuam no tráfico internacional de armas", disse Flávio Albergaria, superintendente da Polícia Federal na Bahia, onde ocorrem as investigações.
Como funcionava o esquema
Após chegarem em Assunção, capital paraguaia, as armas tinham a numeração raspada para dificultar a identificação pelos investigadores. Em seguida, eram repassadas para as principais facções criminosas brasileiras. Segundo a Polícia Federal, desde 2020, foram apreendidos 659 fuzis e pistolas entregues pelo grupo aos criminosos em dez Estados brasileiros.
De acordo com os investigadores, o esquema liderado por Dirísio contava com a participação de doleiros e empresas de fachada sediadas no Paraguai e em Miami, nos Estados Unidos. As apurações indicam que os suspeitos localizados nos EUA estavam envolvidos na parte financeira do esquema, responsáveis por efetuar o pagamento das armas aos fabricantes localizados no Leste Europeu, como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.