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Incêndio causa desabamento parcial de prédio no RS; dois bombeiros estão desaparecidos

Chamas atingiram a sede da Secretaria da Segurança Pública, em Porto Alegre. Parte da estrutura ruiu durante os trabalhos de contenção do fogo na madrugada desta quinta-feira

15 jul 2021 - 00h31
(atualizado às 14h28)
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Equipes de buscas e salvamento procuram na manhã desta quinta-feira, 15, pelos dois agentes do Corpo de Bombeiros desaparecidos durante o incêndio de grandes proporções que atingiu a sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul na noite de quarta-feira, 14, em Porto Alegre. Parte da estrutura desabou durante os trabalhos de contenção do fogo durante a madrugada.

As buscas pelos desaparecidos são "prioridade absoluta", de acordo com o governador Eduardo Leite (PSDB). "Ainda esperamos, torcemos, que sejam encontrados com vida", declarou. O fogo está controlado, mas ainda há focos de incêndio.

De acordo com os bombeiros, desapareceram durante o combate às chamas o oficial de serviço de dia de Porto Alegre, 1º Tenente Deroci de Almeida da Costa, e o 2º Sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, servidor do Comando-Geral da Corporação que estava de folga e foi até o local voluntariamente para auxiliar os colegas.

Trabalham nas buscas dez bombeiros da Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS) e cinco binômios, homem e cão de busca, oriundos da própria CEBS e do 4º BBM, de Santa Maria.

O vice-governador e secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, destacou que a investigação das causas do incêndio foi iniciada por meio da instauração de um inquérito no 17ª DP. O prédio está passando por avaliação estrutural para identificar possíveis riscos de novos desabamentos, a fim de averiguar se o trânsito do entorno poderá ser liberado (incluindo a Avenida Castelo Branco, uma das principais vias de acesso a municípios da região metropolitana).

Segundo o comandante-geral dos Bombeiros, coronel César Eduardo Bonfanti, 70 bombeiros participaram do combate ao fogo, que começou por volta das 21h. Cães treinados também serão utilizados nas buscas ao desaparecidos. Inicialmente, os trabalhos se concentraram na evacuação do edifício e o combate ao fogo no quarto andar, onde funcionava a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Com o incêndio, os atendimentos telefônicos de emergências da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Detran, do Instituto Geral de Perícias e dos Bombeiros e os despachos de viaturas foram afetados. De acordo com o governo, os serviços foram normalizados ainda durante a madrugada, com a transferência provisória do Departamento de Comando e Controle Integrado da SSP para as dependências do 9º Batalhão de Polícia Militar.

O vice-governador garantiu que o incêndio não trará "prejuízo no serviço de segurança pública prestado à população". "As polícias seguem nas ruas trabalhando forte no combate à criminalidade", afirmou.

O edifício fica na Rua Voluntários da Pátria, na região central da capital gaúcha, nas proximidades da rodoviária. Ele sediava também atividades do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran), do Instituto Geral de Perícias do Estado e de outros órgãos ligados à segurança pública.

Segundo o governo, o edifício funcionava mais como sede administrativa e, portanto, não houve dano a eventuais provas ou documentos de investigações. O que restou do prédio será demolido após os trabalhos de perícia.

"Não há qualquer possibilidade de que alguma prova criminal estivesse depositada aqui. Não há nenhum prejuízo quanto a isso", afirmou. Ele classificou o incêndio como um "episódio lamentável" e frisou que as primeiras providências foram evacuar o prédio e garantir "a preservação da vida humana".

Com o incêndio, Leite antecipou o retorno de uma viagem. Ele deve conceder uma entrevista coletiva em conjunto com chefes das forças de segurança após uma reunião nesta amanhã. "Nossa equipe de governo trabalha para dar rápido encaminhamento para evitar solução de continuidade às atividades das secretarias de segurança e de administração penitenciária", declarou na madrugada. /COLABOROU EDUARDO AMARAL, ESPECIAL PARA O ESTADÃO

Estadão
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