Homem que roubou avião não falava com o pai desde maio
Márcio Leijoto
Direto de Goiânia
O pai de Kleber Barbosa da Silva, 31 anos, que roubou um monomotor de um aeroclube em Luziânia, no entorno do Distrito Federal, e caiu com a aeronave no estacionamento do shopping Flamboyant, no início da noite de quinta-feira, não falava com o filho desde maio do ano passado.
A madrasta de Silva, Alzira da Silva Lopes, 45 anos, afirmou que eles não se viam desde 2008 e Miguel Barbosa da Silva, 58 anos, confirmou com um gesto. Eles estavam no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia (GO), onde o corpo será enterrado às 18h.
Segundo Alzira, todos na família trabalham muito e não houve tempo para contatos diários entre o pai e o filho. Ela disse que, apesar disso, a convivência sempre foi boa em casa e que Silva demonstrava ser carinhoso com a mulher e com a filha. "Ele nunca falou de problemas, nunca falou de suicídio. Recebia pensão da mãe e tinha uma vida muito boa", afirmou.
Silva retornava da cidade de Caldas Novas (GO) com a mulher, Érika Correia dos Santos, 22 anos, e a filha Penélope Barbosa da Silva, 5 anos. Ao se aproximar de Teresópolis, Kléber teria pedido para Érika sair do veículo. Ele teria arremessado o extintor de incêndio do carro na cabeça da jovem e a jogado para fora.
Pensando que ela estivesse morta, levou consigo a filha até o aeroclube, onde alugou um avião para fazer um vôo panorâmico. Na hora de entrar na aeronave, ele teria rendido o piloto e pedido para descer do monomotor, entrando apenas com a menina. Durante o vôo, Silva sobrevoou a cidade de Goiânia.
A aeronave caiu no estacionamento do shopping Flamboyant e atingiu 23 veículos. Silva e a filha morreram na queda. Ainda de acordo com a madrasta, ele sempre gostou de aviões.
O pai de Silva contou que soube de sua morte após ser alertado por uma irmã a ligar a televisão.