Golpista do Trilegal: mulher finge ganhar prêmio e compra imóvel de idosos com pix falso
Em todos os relatos, a golpista usava comprovantes de depósito manipulados para enganar a confiança das pessoas
Uma mulher chamada Carla Maria Castro Ferreira, que possui histórico de estelionato em ao menos 40 ocorrências, será investigada por aplicar golpes com pix falso em idosos em Porto Alegre. Segundo boletins de ocorrência obtidos pela reportagem do Porto Alegre 24 Horas, ela teria aplicado golpe em pelo menos três vítimas neste ano. Em um dos casos, ela teria alegado que havia recebido um prêmio de R$ 300 mil no Trilegal e que pretendia usar o valor para comprar um imóvel em sítio na Capital.
Carla Maria conheceu uma das vítimas em junho deste ano, quando atuava como "enfermeira" em um sítio. Ela alugou uma casa na propriedade, mas passou a usar regularmente a cozinha da vítima, o que gerou transtornos. De acordo com o documento, em dado momento, Carla Maria afirmou ter recebido R$ 300 mil em prêmio e mostrou interesse em comprar um imóvel no local. A vítima recebeu dois pix, de R$ 100 mil e R$ 200 mil, mas as transações eram fraudulentas. A casa só foi retomada após intervenção do filho da vítima. Ainda segundo o boletim de ocorrência, antes de sair do local, a suspeita ainda teria levado itens da residência.
Em outro caso, Carla Maria pagou uma faxineira com um Pix falso, chegando a enviar comprovante de depósito forjado. Uma terceira vítima, que lhe vendeu mercadorias, sofreu o mesmo golpe: recebeu transferência eletrônica que jamais foi efetivada em conta. Em todos os relatos, a golpista usava comprovantes de depósito manipulados para enganar a confiança das pessoas.
Esta não é a primeira vez que a suspeita aparece na imprensa por casos de estelionato, principalmente contra idosos. Em junho de 2022, a Polícia Civil indiciou Carla Maria Castro Ferreira de Oliveira por se passar por oficial do Exército para aplicar golpes em série no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Usando uniformes militares e assumindo a falsa patente de major, ela ganhava a confiança de vítimas prometendo vagas nas Forças Armadas, oferecendo cursos fictícios e obtendo empréstimos, cartões de crédito e imóveis sem pagamento. Na época, o inquérito da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas apontou que ela teria aplicado 80 golpes, causando prejuízo estimado de R$ 200 mil em pelo menos 18 casos já confirmados.
Natural de Porto Alegre, Carla foi presa preventivamente em maio daquele ano e também era investigada em outros três inquéritos na Draco. De acordo com a polícia, ela montava um personagem e se deslocava entre cidades gaúchas e catarinenses, sempre sumindo após aplicar os golpes para reaparecer em outro município. Ela também responde por ocorrências em Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná.