Gari foi primeiro a perceber incêndio no RJ e ajudou os bombeiros em resgate: 'Deus me chamou'
Cláudio Conceição estava passando pelo local, percebeu a fumaça e acionou o Corpo de Bombeiros
O incêndio que atingiu a fábrica de confecções Maximus, em Ramos, na zona norte do Rio, na manhã desta quarta-feira, 12, poderia ter um desfecho ainda pior se não fosse a presença de Cláudio Conceição, de 55 anos, que trabalha como gari. A fábrica é a principal fornecedora para escolas de samba, e havia funcionários trabalhando no local na hora do acidente.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Cláudio conta que estava levando o neto à creche quando percebeu a fumaça e acionou os bombeiros e a polícia. “Vi os amigos que trabalham com adereços gritando. Foi aí que começou tudo. Jogamos os adereços por baixo para eles pularem. Muitos pularam, mas percebi que não dava mais pra fazer nada. Fui na Rua Euclides Faria e chamei os bombeiros. Eles foram muito rápidos, eficazes”, contou para a reportagem do Terra.
“Eles começaram a fazer os primeiros rescaldos, e nós ajudamos, mas ainda tinham as pessoas lá de trás. Fomos correndo, montamos uma escada, mas quebrou e um dos bombeiros caiu. Arrumamos outra e foi aí que eles subiram, conseguiram cortar a grade e foram tirando um por um”, prosseguiu.
Por fim, o gari mostrou alívio pelo incêndio não ter causado nenhuma morte até o momento. “Deus me chamou para fazer isso. Estava no lugar certo, na hora certa”, declarou.
O que se sabe sobre o incêndio até agora?
A fábrica Maximus Confecções foi atingida por um incêndio de grandes proporções na manhã desta quarta-feira. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro foi acionado, por volta das 7h39, para atender a ocorrência na Rua Roberto Silveira, número 157, em Ramos. Foram deslocadas 13 viaturas, incluindo o Grupamento de Operações Aéreas da corporação e especialistas em salvamento em altura, cerca de 90 bombeiros, com apoio de 30 viaturas.
Alguns funcionários dormiam no local quando o incêndio começou, já que na reta final do carnaval, a fábrica estava funcionando 24 horas, em turnos. Algumas escolas de samba do Rio se manifestaram afirmando ter perdido todas as fantasias no incêndio.
Até o momento, há registro de 21 pessoas resgatadas. A direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas informou que, até o momento, dez vítimas do incêndio deram entrada na unidade. Nove estão em estado grave, e uma em avaliação. Todos os pacientes deram entrada por queimadura em via aérea após inalação de fumaça tóxica.
Outras oito pessoas resgatadas foram levadas para o Hospital Federal de Bonsucesso. Uma vítima foi levada em estado grave para o Hospital Municipal Souza Aguiar, segundo o Corpo de Bombeiros.
Segundo a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada na 21ª DP (Bonsucesso). A perícia será realizada no local, e diligências estão em andamento para apurar as causas do incêndio.
