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Estrutura de túnel desaba e Rio entra em estágio de crise

As duas pistas do Túnel Rafael Mascarenhas, na Lagoa-Barra, estão interditadas

17 mai 2019 - 13h16
(atualizado às 14h14)
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O Rio de Janeiro entrou em estágio de crise às 12h35 desta sexta-feira, dia 17, depois que uma grande estrutura de concreto desabou dentro do Túnel Acústico Rafael Mascarenhas, na Lagoa-Barra, que liga a zona sul à zona oeste, interditando as duas pistas. Os bombeiros estão no local e, por enquanto, não há informações sobre feridos. A Defesa Civil já foi acionada e deverá avaliar se há risco novos desabamentos. O túnel passa por baixo do Minhocão, um prédio de moradores. Um deslizamento de terra pode ter provocado o desabamento.

Tuíte sobre o desabamento do túnel
Tuíte sobre o desabamento do túnel
Foto: Reprodução/Twitter / Estadão Conteúdo

O estágio de crise foi decretado por conta da mobilidade reduzida da população. Além do túnel, a Avenida Niemeyer, que também liga a zona sul à zona oeste, está interditada desde o fim da tarde desta quinta-feira, 16, por conta de um deslizamento de encosta provocado pela chuva. O acesso só pode ser feito pelo Alto da Boa Vista, a Linha Amarela e a Grajau-Jacarepaguá. A cidade já estava em estágio de atenção por conta da chuva.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das enchentes na Câmara dos Vereadores do Rio, Tarcísio Motta (PSOL) afirmou que a Geo-Rio está sem condições de atender as necessidades da cidade. O órgão da Prefeitura é responsável pelo monitoramento e contenção de encostas. O deslizamento de uma encosta provocou o desabamento de parte do teto do túnel Acústico Rafael Mascarenhas no início da tarde desta sexta-feira.

"Faltam servidores, viaturas para as vistorias, articulação entre os órgãos da prefeitura, orientação de prioridades, orçamento e planejamento. A Geo-Rio está sem condições de atender as necessidades da cidade", afirmou o vereador, depois de ouvir o depoimento do presidente da GEO-Rio, Herbem da Silva Maia.

A sessão, ocorrida na tarde de quinta-feira, também contou com as presenças dos técnicos da Geo-Rio Ricardo Neiva D'Orsi e Ernesto Ferreira, que foram perguntados sobre suas condições de trabalho e ações sobre a manutenção e contenção de encostas, estudos sobre áreas de risco, sistemas de alerta e de alarme sonoro e protocolo de interdição de vias.

Apesar de afirmar que o orçamento da instituição atende à demanda da cidade, Maia informou à CPI que há apenas quatro viaturas para a realização de vistorias em todo o município, que mais da metade do quadro de servidores da Geo-Rio vai se aposentar nos próximos dez anos e que não há um mapeamento geotécnico da zona oeste.

"Ficou claro que é preciso mais recursos para uma série de ações, como estender o sistema de alarme pra zona oeste e revisar o protocolo de interdição de vias, além de estendê-lo para outras áreas. A Geo-Rio está refém de governos que não consideram a prevenção de enchentes e deslizamentos uma política de estado. Não é possível que a Geo-Rio seja um órgão tão pequeno com uma função gigante", disse o vereador.

Estadão
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