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'É o câncer da aviação', afirma especialista

Assessor técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Raul Marinho afirma que três tipos de helicópteros acabam transportando passageiros clandestinamente

22 jun 2019 - 19h38
(atualizado em 23/6/2019 às 10h53)
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SÃO PAULO - O assessor técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Raul Marinho, especialista no combate ao Táxi Aéreo Clandestino, afirma que três tipos de helicópteros acabam transportando passageiros clandestinamente. Segundo ele, o mesmo vale para aviões.

O primeiro é o "taqueiro profissional, o clássico, aquele que comprou a aeronave para voar clandestinamente". Em geral, gente do ramo que viu uma possibilidade de gerar receita própria, com custos menores do que o da aviação regular.

O segundo tipo, segundo Marinho, é o empresário que adquiriu um helicóptero e que, depois, passou a ter dificuldade para mantê-lo. "É o dono da rede de supermercados que comprou um helicóptero para ir para Angra (dos Reis, no litoral fluminense)", diz.

Um dia, um piloto ou algum amigo propõe usar a aeronave para transportar outras pessoas e usar esse dinheiro para ajudar nos custos de manutenção do helicóptero, que facilmente passam dos R$ 80 mil por ano. "Na hora que ele analisa, faz as contas, pronto: virou Taca", afirma Marinho. Ele mantém a aeronave para seu uso, mas com os custos pagos pelas viagens piratas feitas quando não está usando-a.

O terceiro tipo é o dono de helicóptero que faz o frete "como favor" para políticos em campanha ou artistas e doa o voo no lugar da doação comum.

Marinho destaca que recentemente as autoridades têm focado as ações nos voos de cantores, uma vez que é difícil explicar como carona o transporte específico no dia e horário que o artista precisa. "O 'Taca' é o câncer da aviação."

Capital tem 1,3 mil decolagens e pousos por dia

A fama de São Paulo de ter a maior frota de helicópteros do mundo se deve, em parte, a um estudo feito em 2013 pela Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), que apontou que a cidade tinha média diária de 2 mil pousos e decolagens. Hoje, diz a Abraphe, são 1,3 mil.

O estudo cruzou dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) com órgãos similares de seis países. São Paulo tinha 411 helicópteros e Nova York - a 2ª colocada -, 120. Os números não foram atualizados.

Estadão
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