Derrite descarta atuação do PCC em adulteração de bebidas com metanol e diverge da PF
Guilherme Derrite e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, apresentaram versões diferentes sobre a possível atuação do PCC na adulteração de bebidas alcoólicas no estado.
Nesta terça-feira, 30 de setembro, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, apresentaram versões diferentes sobre a possível atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na adulteração de bebidas alcoólicas no estado.
Derrite afirmou que "a hipótese de envolvimento da facção está totalmente descartada". Já Andrei destacou que a Polícia Federal apura os casos de intoxicação por metanol sob essa perspectiva, em razão de conexões com outras investigações em andamento no Paraná e em São Paulo, ligadas à importação da substância pelo Porto de Paranaguá.
"Dentre as razões, a questão da interestadualidade [há indícios de distribuição fora do estado de São Paulo] e a possível conexão com investigações recentes que fizemos, especialmente no estado do Paraná, com outras duas de São Paulo, em razão de toda a cadeia de combustível, onde parte disso passa pela importação de metanol pelo Porto de Paranaguá. Agora a investigação dirá se há conexão com o crime organizado, com operações anteriores. Enfim, a gente vai buscar trabalhar de maneira integrada - que são investigações que se complementam com as investigações na parte administrativa, com investigação a cargo também da Polícia Civil de São Paulo que são complementares. Nós trabalharemos de maneira integrada como temos feito e como é determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública de sempre buscarmos essa cooperação e integração", explicou.
A hipótese do PCC estar envolvido, surgiu no domingo (28) quando a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) divulgou uma nota em que levantou a suspeita de que o metanol usado na adulteração de bebidas alcoólicas seria o mesmo importado pela facção para pôr nos combustíveis.
"Ao ficar com tanques repletos de metanol lacrados e distribuidoras e formuladoras proibidas de operar, a facção e seus parceiros podem eventualmente ter revendido tal metanol a destilarias clandestinas e quadrilhas de falsificadores de bebidas, auferindo lucros milionários em detrimento da saúde dos consumidores", diz a ABCF.