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Delegado do caso Bobadilla é alvo de ataques e ofensas por conta de problema na visão e registra BO

Rodrigo Corrêa tem estrabismo e visão monocular decorrente de um câncer na infância. Ele diz que irá entrar com ação contra danos morais

27 jun 2025 - 14h30
(atualizado às 14h31)
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O delegado Rodrigo Corrêa, responsável pelo caso do jogador paraguaio Damián Bobadilla, registrou um Boletim de Ocorrências (BO) denunciando as ofensas e ataques que recebeu nas redes sociais. Ele tem estrabismo e visão monocular (não enxerga de um dos olhos) devido a um câncer que teve com um ano de idade.

Comentários foram feitos em posts em que delegado comenta caso do jogador Bobadilla, acusado de injúria racial
Comentários foram feitos em posts em que delegado comenta caso do jogador Bobadilla, acusado de injúria racial
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

Posts com a imagem do delegado, que atua na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva, circularam nas redes sociais após ele comentar o caso do jogador de futebol do São Paulo. O atleta foi denunciado por ofensa xenofóbica dirigida ao zagueiro venezuelano Miguel Navarro, do Talleres de Córdoba, da Argentina, durante partida da Copa Libertadores, de acordo com um comunicado.

"É muito caricato", ele diz, "porque você vê um agente do Estado que está investigando um crime de injúria racial, dá uma entrevista sobre injúria racial, e nessa entrevista começa a ser vítima de discriminação também, outro tipo de intolerância, por deficiência física".

Corrêa critica o fato dos comentários desvirtuarem o foco dos posts, sobre a injúria racial. "Eu virei meme ali e aí só começaram a falar do meu problema. Então isso aí me tocou muito e me incomodou demais. Muitos comentários me diminuem, falam ' esse delegado não vai chegar a lugar nenhum com esses olhos'", relata.

"As pessoas desenvolvem problemas de saúde mental, ansiedade, depressão. O suicídio aumentou 300% por conta da ciberviolência. Isso afeta a vida laboral das pessoas, a vida familiar. É uma cadeia de correlação. Quando é uma só agressão, a pessoa às vezes supera", afirma.

"Não se pode normalizar a conduta criminosa. Não é porque todo mundo faz que é normal. É crime", ele reforça.

Côrrea diz que também irá entrar com uma ação civil pedindo indenização por danos morais. "Muita gente só sente o peso quando mexe no bolso dela, aí ela se arrepende", afirma.

O caso será investigado na Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Corrêa está apenas como vítima, não como delegado.

Estadão
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