
O site da Gaviões da Fiel foi hackeado neste sábado. A página maior torcida organizada do Corinthians foi substituída por uma mensagem assinada pelo grupo Anonymous Brasil pedindo que a população vá para a rua protestar contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo.
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O texto critica a repressão policial na última manifestação, ocorrida na quinta-feira. "A luta da população contra o aumento das passagens de um transporte que se diz público está cada vez maior e mais forte! Mas a única resposta do governo é uma repressão policial mais truculenta e arbitrária a cada ato", diz o texto.
"Eles querem nos calar, nos separar, nos enfraquecer. Mas nós não deixaremos! Ninguém vai nos deter em nosso direito de nos manifestar até a tarifa baixar! Vem pra rua!", está escrito na abertura da página, que ainda vem acompanhada de um vídeo com cenas que representam a violência policial no ato de quinta.
O site foi hackeado após a Gaviões da Fiel ter divulgado nota, na noite de sexta-feira, afirmando que, apesar de ser a favor dos protestos, não estava chamando ninguém para participar das manifestações.
"Deixamos bem claro que cada um responde pelos seus atos e a entidade não está chamando ninguém para ir ao protesto, pois qualquer veiculação com o nosso nome poderá ser usado contra nós que somos uma torcida organizada, que já sofre por inúmeras retaliações", disse a Gaviões.
Cenas de guerra nos protestos em SP
A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em verdadeiros cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.
Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.
Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, vários jornalistas que cobriam o protesto foram detidos, ameaçados ou agredidos.
As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.
Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota.
Haddad, havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.
