Curitiba tem 9 candidatos a prefeito; veja as coligações
Fruet tentará a reeleição contra nomes conhecidos dos eleitores, como Greca e Requião Filho
Com nove nomes confirmados, alguns deles bem conhecidos dos eleitores, a disputa pela Prefeitura de Curitiba tem tudo para ser uma das mais acirradas dos últimos anos. Além de Gustavo Fruet (PDT), que concorre à reeleição, foram oficializados o ex-ministro do Turismo e também ex-prefeito Rafael Greca (PMN); os deputados estaduais Requião Filho (PMDB), Ney Leprevost (PSD), Tadeu Veneri (PT) e Maria Victoria (PP); a advogada e militante feminista Xênia Mello (PSOL); o empresário Ademar Pereira (Pros) e o pró-reitor da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Afonso Rangel (PRP). O número de postulantes é o maior desde o pleito de 2004, quando o hoje governador Beto Richa (PSDB) bateu 11 concorrentes. Apesar de o prazo final para a realização das reuniões partidárias já ter se encerrado, as legendas podem encaminhar os registros à Justiça Eleitoral até 15 de agosto.
O atual prefeito anunciou seu vice, o vereador Paulo Salamuni (PV), na noite de sexta-feira (5), mesma data em que recebeu o apoio do PPS de Rubens Bueno. A coligação conta ainda com PV, PTB e PRB. Por outro lado, o PT, que fez parte de boa parte do primeiro mandato, perdeu espaço, entregou cargos no alto escalão e optou pela candidatura própria. “Felizmente, não há nenhuma estrutura que tenha contaminado a prefeitura e nenhuma pessoa que tenha liderado algum processo de desvio de conduta nesta gestão”, disse Fruet. Em evento para 3,5 mil pessoas numa casa de shows, na última quinta, ele citou como desafio mostrar que a cidade avançou e quer seguir em frente. “Curitiba apontou soluções, numa gestão que não aceitou provocação de cínicos e fanáticos, que não polarizou e não se abateu”, discursou.
Dono de uma das maiores coligações, com sete siglas, Leprevost decidiu por um vice “não político”, o médico João Guilherme Moraes (PSC), ligado a Ratinho Jr. (PSD), que sonha suceder Richa no governo do Estado em 2018. “Curitiba está desejando mudança, está desejando inovação, quer entrar no caminho das cidades inteligentes. Nós temos como tornar essa cidade mais participativa, dar a oportunidade para que as pessoas de forma muito sábia possam tomar as grandes decisões junto com a prefeitura”, avaliou. A chapa foi confirmada em convenção conjunta com o PSC e o PEN, em 26 de julho.
Para Greca, lançado no mesmo dia, os curitibanos precisam de uma administração “que não durma, que reintegre a rede metropolitana de transportes, que se ligue na luz do sol, nas startups, nas fab labs, na cultura dos jovens”. “Quero fazer tudo o que os jovens querem, porque competência não envelhece e eu estou com uma vontade tremenda de voltar a ser prefeito”. O político, que recentemente trocou o PMDB pelo PMN, aproveitou para alfinetar seu principal oponente. “Sobretudo para quem está no cargo, quero dizer: se está difícil para vocês, deixa que eu faço”. O tucano Eduardo Pimentel Slaviero, neto do ex-governador Paulo Pimentel, foi escolhido como vice.
O ex-deputado federal Luciano Pizzatto (PRTB), que chegou a se lançar à corrida ao Palácio 29 de Março em 30 de julho, desistiu na sexta-feira, para compor chapa com Maria Victoria. Outro a integrar a aliança em torno da filha do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), e da vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), foi Fernando Francischini (SD), que abriu mão no mesmo dia em que foi anunciado como vice-líder do presidente interino Michel Temer (PMDB-SP) na Câmara, em Brasília. O filho do parlamentar, Felipe Francischini (SD), colega de Victoria na Assembleia Legislativa (AL), também era apontado como possível vice. “Vai ser uma disputa com certeza muito interessante. As pessoas estão buscando a renovação e é isso que temos para oferecer”, afirmou a pepista.
O filho do senador Roberto Requião (PMDB-PR), por sua vez, se coligou com a Rede Sustentabilidade, com o vereador Jorge Bernardi como vice. De acordo com ele, a cidade terá de escolher entre a coerência partidária e aqueles que mudam de ideologia conforme pesquisas quantitativas. “Curitiba está se tornando uma cidade mais política, mais crítica e essas pessoas que trocam de partido como quem troca de roupa terão dificuldade de explicar a sua ideologia”, alfinetou. Na avaliação do peemedebista, Greca estaria “surfando” na onda da rejeição a Fruet. “Quando a campanha começar e a população ver que existem outros nomes, outras propostas mais factíveis desvinculadas desse discurso de marqueteiro que o Greca faz hoje, tenho certeza que esses outros candidatos, eu incluso, vão ter um crescimento nas pesquisas”.
Defensor da candidatura própria nos dois pleitos anteriores – em 2008 perdeu a indicação para a senadora Gleisi Hoffmann e em 2012 para a aliança com Fruet -, Veneri desta vez conseguiu se viabilizar. Entretanto, os únicos apoios que angariou foram dentro do próprio partido. O PCdoB, antigo aliado, por exemplo, optou por se coligar com Leprevost. “Espero que a gente possa ter de fato uma campanha militante, diferente dos últimos 20 anos; uma campanha em que as pessoas se identifiquem com as propostas”. O advogado Nasser Ahmad Allan, também do PT, foi escolhido como vice. “Isso (chapa pura) tem um lado, claro, de dificuldade, mas outro muito positivo, que é, pela primeira vez desde 1988, termos uma candidatura de consenso e as condições de fazer no período eleitoral um debate com a população sobre as teses em que de fato acreditamos”, comentou.
Chapas:
• Gustavo Fruet (PDT)
Vice: Paulo Salamuni (PV)
Coligação: PDT, PV, PTB, PRB e PPS
• Rafael Greca (PMN)
Vice: Eduardo Pimentel Slaviero (PSDB)
Coligação: PMN, PSDB, PTN, PSB, PTdoB, PSDC e DEM.
• Ney Leprevost (PSD)
Vice: João Guilherme Moraes (PSC)
Coligação: PSD, PSC, PEN, PPL, PTC, PSL e PCdoB.
• Maria Victoria (PP)
Vice: Luciano Pizzatto (PRTB)
Coligação: PP, PMB, PR, PRTB, PHS e SD.
• Requião Filho (PMDB)
Vice: Jorge Bernardi (Rede)
Coligação: PMDB e Rede Sustentabilidade
• Tadeu Veneri (PT)
Vice: Nasser Ahmad Allan (PT)
Chapa pura
• Xênia Melo (PSOL)
Vice: Rodolfo Jaruga (PSOL)
Coligação: Psol e PCB
• Ademar Pereira (Pros)
Vice: Porfírio Vengue (Pros)
Chapa pura
• Afonso Rangel (PRP)
Vice: não anunciado
Chapa pura