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Com enredo sobre poder do conhecimento, Águia de Ouro ganha pela primeira vez carnaval de SP

Enredo de escola da Pompeia tratou da importância do conhecimento; desempenho da Gaviões da Fiel, que teve a estreia do carnavalesco Paulo Barros, foi um dos destaques negativos

25 fev 2020 - 17h46
(atualizado às 19h28)
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SÃO PAULO - A Águia de Ouro conquistou nesta terça-feira, 25, seu primeiro título do carnaval paulistano, com 269,9 pontos e um dos enredos mais politizados dos dois dias de desfile no Anhembi. Para falar sobre "o poder do saber", a Águia de Ouro abordou benefícios e problemas do conhecimento em 26 alas. Embora abordasse o tema da tecnologia, a escola trouxe algumas alegorias tradicionais, mas muito alegres.

A escola da zona oeste da capital estava entre as primeiras desde o início da apuração, mas só assumiu a liderança na penúltima categoria. "Vai ter um mês de festa da Pompeia", celebrou o mestre Juca, da Águia de Ouro. "É o resultado de muito trabalho e agora é comemorar. A Águia é uma das escolas que mais trabalham e tivemos esse reconhecimento."

Em 2º lugar ficou a campeã de 2019, a Mancha Verde, com 269,8 pontos. A Mocidade Alegre ficou em 3º, com 268,7, mesma pontuação da Acadêmicos do Tatuapé. A Pérola Negra e a bicampeã X-9 Paulistana (que perdeu 0,5 ponto por um carro quebrado) foram rebaixadas. Antes da apuração,o presidente da X-9, Branco, publicou nas redes sociais nota de repúdio contrea a punição aplicada à escola.

A grande decepção foi a Gaviões da Fiel, que teve a estreia do carnavalesco Paulo Barros para São Paulo. Após morna recepção na avenida, o desfile não foi bem avaliado pelos julgadores. A agremiação, que comemora 50 anos em 2020, chegou a ficar a ponto de ser rebaixada até o penúltimo quesito e terminou em 11ª, entre 14 escolas.

Escola da Pompeia levou frase de Paulo Freire à avenida

Logo no começo do desfile da Águia de Ouro, quatro dinossauros mecânicos eram operados manualmente. Também houve carros mais modernos e com telões, em menor número. Destaque para o retrato da bomba de Hiroshima (com cogumelo atômico feito de lã de aço). Em outro carro, a velha guarda e as crianças da Águia frequentavam uma escola. Nele, foi escrita uma frase de Paulo Freire: "Não se pode falar de educação sem amor".

A história da campeã da Pompeia começa com integrantes do Faísca de Ouro, que até então pulavam o carnaval na cidade de Tietê no interior de São Paulo desfilando por blocos carnavalescos da região, começaram a se organizar para dar origem à uma escola de Samba em São Paulo, eram eles: Gilson Carriuolo Antonio, Valdemar (Maíco) e José Luiz (Bolão). Assim surgia em 1976 o G.R.E.S. Águia de Ouro.

A apuração foi na maior parte do tempo liderado pela Acadêmicos do Tatuapé, que venceu a apuração em 2017 e 2018, seguida pela Mancha Verde (campeã de 2019). Tudo mudou no quesito Alegoria. O julgador Marco Antônio Cardoso, de Alegoria, teve as notas anuladas porque ele foi flagrado sambando durante o desfile da Tatuapé. Dessa forma, esse quesito teve apenas três avaliadores, sem descarte.

Confira abaixo o samba da campeã, com "O poder do saber: Se saber é poder, quem sabe faz a hora, não espera acontecer":

Águia em suas asas vou voar

E no caminho da sabedoria

Páginas da história desvendar!

Sou eu… No elo perdido um desbravador!

O tempo é o meu senhor

Em busca da evolução…

Criar e superar limites da imaginação

A mente dominar

Jamais deixar de Acreditar!

Brincar de Deus…Recriar a vida

Desafiar, Surpreender!

Na explosão a dor, uma lição ficou

Sou aprendiz do criador!

Em cada traço que rabisco no papel

Vou desenhando o meu destino

No horizonte vejo um novo alvorecer

Ao mestre meu respeito e carinho

É nova era, o futuro começou

É tempo de paz, resgatar o valor!

Águia…Razão do meu viver

Berço que Deus abençoou

Nada se compara a esse amor

Meu Coração é Comunidade

Faz o sonho acontecer!

Pompéia guerreira, chegou sua hora

Seu manto reluz o poder do saber É preciso saber viver

Estadão
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