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Câmara do Rio cancela primeira reunião da CPI dos Ônibus

12 ago 2013 - 22h55
(atualizado em 13/8/2013 às 00h37)
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<p>Manifestantes seguem com ocupação na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro</p>
Manifestantes seguem com ocupação na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu cancelar a primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, que ocorreria na manhã de terça-feira, em atendimento a proposta do vereador Eliomar Coelho (Psol), que alegou não ter sido avisado com antecedência e não obteve a documentação suficiente para participação na tomada de depoimentos da CPI.

A reunião da CPI foi marcada para a próxima quinta-feira, de acordo com o presidente da CPI, Chiquinho Brazão (PMDB). Na primeira audiência serão ouvidos o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, e mais dois integrantes da secretaria.

O presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Fellipe (PMDB), se reuniu nesta tarde com 35 dos 51 vereadores, quando decidiu o adiamento da sessão de abertura dos trabalhos da CPI dos Ônibus, criada para investigar o contrato de concessão entre a prefeitura do Rio de Janeiro e as empresas de ônibus que operam na cidade. Eliomar Coelho disse que agora ele terá condições melhores de se preparar para a abertura dos trabalhos da CPI nesta quinta-feira.

O plenário do Palácio Pedro Ernesto está ocupado desde a última sexta-feira, quando manifestantes protestaram contra a eleição de Chiquinho Brazão (PMDB) para a presidência da CPI, que também é formada por Professor Uóston (PMDB), Jorginho da SOS ( PMDB) e Renato Moura (PTC). Os integrantes da comissão não assinaram o pedido de instalação de criação da CPI. Os manifestantes querem que a presidência da CPI seja ocupada por Eliomar Coelho (Psol), autor do requerimento que propôs a instalação da comissão. Hoje, os quatro vereadores não compareceram à Câmara.

Nove manifestantes ainda ocupam o plenário do Palácio Pedro Ernesto. Do lado de fora, cerca de 40 manifestantes permanecem acampados no local. De madrugada, cerca de 40 ativistas deixaram o plenário da Casa, de acordo com a Polícia Militar, que assumiu a responsabilidade do prédio.

Pela manhã, os manifestantes divulgaram nove reivindicações, entre elas, que fosse anulada a instalação da CPI dos Ônibus; a renúncia dos membros da comissão: Chiquinho Brazão, Jorginho da SOS, Professor Uóston e Renato Moura; e que a desocupação da Câmara Municipal ocorra respeitando a integridade física e jurídica dos manifestantes.

A Câmara Municipal informou que o expediente será normal nesta terça-feira (13), inclusive com sessão legislativa para discussão dos projetos de lei em pauta. Os manifestantes que ainda ocupam o plenário serão transferidos para outro espaço da Casa.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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