Após explosão no Tatuapé, operação mira influenciadores que estimulam soltura de balões em SP
Adir Mariano, vítima da explosão na zona leste, era investigado por soltar balões e respondia a dois processos. Segundo a polícia, se estivesse vivo, ele seria um dos alvos da operação
A Polícia Militar Ambiental e o Ministério Público do Estado de São Paulo realizam na manhã desta terça-feira, 25, uma operação com o objetivo de combater crimes cibernéticos, fabricação criminosa de balões e a atuação de influenciadores que estimulam e lucram com essa prática ilegal em todo o Estado de São Paulo.
A ação acontece após explosão provocada por imóvel no Tatuapé, que armazenava ilegalmente fogos de artifício. Na ocasião, inclusive, a Polícia Militar apreendeu no local uma grande quantidade de artefatos explosivos e insumos usados na fabricação de pólvora.
Adir Mariano, que armazenava ilegalmente os materiais na residência, morreu na tragédia do dia 13 de novembro. Baloeiro, ele era investigado por soltar balões e respondia a dois processos pelo crime. Se estivesse vivo, ele seria um dos alvos da operação.
Batizada de 'Bancada', a ação cumpre 31 mandados de busca e apreensão. Por volta das dez da manhã, 15 já tinham sido finalizados, resultado parcialmente na apreensão de 11 balões, 34 artefatos explosivos, 15 celulares e dois veículos. Os nomes dos 28 suspeitos identificados não foram divulgados. Desta forma, as defesas não foram localizadas. Ao menos 170 policiais participam da operação.
O objetivo é desarticular completamente a cadeia logística da atividade ilegal, impedindo:
- a produção de novos balões;
- a soltura e recuperação dos artefatos;
- a rede de influenciadores e páginas que lucravam com a promoção, divulgação e monetização da prática criminosa.
Conduzida ao longo dos últimos seis meses, a investigação possibilitou identificar os principais responsáveis pela confecção, soltura e recuperação de balões de grande porte, bem como indivíduos envolvidos na produção e divulgação digital de conteúdo que incentiva e normaliza essa prática criminosa nas redes sociais.
Além dos mandados, o Poder Judiciário também determinou a suspensão e congelamento das contas e páginas em redes sociais dos suspeitos, "que eram mantidas em redes sociais para divulgação da prática ilícita, o que permitia a monetização dessa atividade danosa à sociedade, incentivando outras pessoas a praticarem esse tipo de delito", afirmou o MPSP.
Vale lembrar que a fabricação, armazenagem, transporte ou soltura de balões é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais, podendo provocar incêndios urbanos e florestais, acidentes aéreos, danos ambientais significativos, além de colocar em risco a vida de pessoas em áreas urbanas e rurais.