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Água distribuída no Rio volta a ter gosto e cheiro de terra

Moradores de pelo menos 50 bairros da capital fluminense reclamam da água distribuída pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Ceda)

21 jan 2021 - 18h53
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RIO - Um ano após a crise da geosmina, que deixou a água distribuída aos habitantes do Estado do Rio de Janeiro com cheiro e gosto de terra, moradores de pelo menos 50 bairros da capital fluminense reclamam que desde a última terça-feira (19) voltaram a perceber essas características na água distribuída pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). As primeiras reclamações foram divulgadas pela TV Globo e se espalharam pelas redes sociais.

Diante dos relatos, o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), convocou para esta quinta-feira (21) uma reunião de emergência com a direção da Cedae. Depois, segundo a TV Globo, Castro anunciou que a companhia de água e esgoto se comprometeu a resolver o problema até o próximo sábado (23). O governador informou que a companhia tinha identificado o problema na última terça-feira, e no mesmo dia aumentou a concentração de carvão ativado nos reservatórios de água. Essa solução é a mesma usada no ano passado, quando ocorreu a crise da geosmina.

Sede da Cedae, companhia de saneamento fluminense
Sede da Cedae, companhia de saneamento fluminense
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil / Estadão

Em nota, a Cedae afirmou que já adotou medidas para eliminar qualquer alteração de gosto e cheiro da água distribuída. "No monitoramento de rotina do dia 19, os técnicos detectaram alterações na água bruta, próxima à Estação de Tratamento de Água Guandu. Imediatamente, o material foi coletado, enviado para exame laboratorial e, antes mesmo do resultado (previsto para sete dias), as medidas começaram a ser aplicadas", afirma a companhia. "Técnicos intensificaram na lagoa o uso de argila ionicamente modificada, responsável por reduzir o alimento para a proliferação das algas que liberam a geosmina. Também foi aumentada a dosagem de carvão ativado na estação. Com as medidas, os técnicos já relatam percepção de melhora na água produzida, o que brevemente também será percebido pelo consumidor", segue o texto.

"Importante ressaltar que, apesar das alterações desagradáveis de gosto e odor, caso seja confirmada a presença da geosmina, essa substância não oferece risco à saúde", conclui a Cedae. Quem sentir alteração na água pode fazer uma reclamação pelo telefone 0800 282 11 95.

Geosmina

No início de janeiro de 2020, a água distribuída pela Cedae passou a ter cheiro e gosto de terra. O problema se estendeu por praticamente todo o mês, e a empresa concluiu que a causa era a presença excessiva de geosmina, substância química produzida pela bactéria Streptomyces coelicolor. A solução foi aumentar a concentração de carvão ativado nos reservatórios de água.

Estadão
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