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Brasil diz que Bolívia violou imunidade de avião militar de Amorim

Ato é semelhante à violação do voo com o presidente boliviano Evo Morales na Europa

16 jul 2013 - 18h28
(atualizado às 22h06)
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O governo federal disse nesta terça-feira que autoridades da Bolívia violaram a imunidade do avião militar que transportava em outubro de 2011 o ministro da Defesa, Celso Amorim, durante uma viagem a La Paz.

"Houve, no segundo semestre de 2011, ações por parte de autoridades bolivianas que configuraram violações da imunidade de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), uma delas com o avião que levou o ministro da Defesa em uma viagem oficial a La Paz no final de outubro de 2011", informou o Ministério da Defesa.

Na época havia suspeitas que na aeronave militar viajava o senador opositor boliviano Roger Pinto, refugiado há mais de 13 meses na embaixada do Brasil em La Paz, mas o Ministério da Defesa não divulgou o motivo do registro.

"O ministro da Defesa nunca autorizou a inspeção" e o Brasil enviou uma "reclamação" à chancelaria boliviana através de sua embaixada em La Paz, ressaltou o comunicado.

"No documento, a embaixada informou que a repetição de tais procedimentos abusivos levaria à aplicação, pelo Brasil, do princípio da reciprocidade", ressaltou o ministério, acrescentando que não houve registro de violações semelhantes após a ocorrida em 2011.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, se referiu hoje ao assunto durante um encontro com correspondentes estrangeiros em São Paulo.

"Estou em contato com o ministro da Defesa para saber mais detalhes do que exatamente ocorreu, mas posso obviamente afirmar que o incidente se refere a um episódio de outubro de 2011, uma data bem anterior à concessão de asilo" a Pinto, declarou.

Em sua edição de hoje, o jornal Valor Econômico informou que no dia 3 de outubro de 2012, durante uma viagem a Santa Cruz de la Sierra do ministro da Defesa, o avião da FAB que o transportava foi revistado por agentes da polícia, inclusive com cães treinados.

Patriota desmentiu o jornal e insistiu hoje que o incidente ocorreu em outubro de 2011, sete meses antes que Pinto entrasse na embaixada e recebesse o status de asilado.

Pinto, que permanece na embaixada brasileira desde o dia 28 de maio de 2012, alega que é vítima de uma "perseguição política" por acusar de corrupção e conivência com o narcotráfico o governo do presidente Evo Morales, que rejeita tal denúncia.

A notícia surge em um momento em que a comunidade internacional se solidarizou com Morales, cujo avião presidencial foi impedido de sobrevoar e aterrissar em vários países da Europa.

A decisão dos países europeus foi tomada perante a suspeita que com o líder boliviano viajava o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, requerido pela Justiça dos Estados Unidos.

EFE   
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