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Bolsonaro toma posse com promessas de "reformas estruturantes" e de fortalecer democracia

1 jan 2019 - 17h48
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No primeiro discurso após ser empossado pelo Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que fará em seu governo "reformas estruturantes" que serão essenciais para a "saúde financeira e sustentabilidade das contas públicas", vai priorizar a proteção e revigoramento da democracia e reafirmou o compromisso de construir uma sociedade "sem discriminação ou divisão".

"Realizaremos reformas estruturantes, que serão essenciais para a saúde financeira e sustentabilidade das contas públicas, transformando o cenário econômico e abrindo novas oportunidades", disse Bolsonaro, que não citou nominalmente a reforma da Previdência.

"Precisamos criar um círculo virtuoso para a economia que traga a confiança necessária para permitir abrir nossos mercados para o comércio internacional, estimulando a competição, a produtividade e a eficácia, sem o viés ideológico", completou, na sua fala de 10 minutos no plenário da Câmara.

O presidente empossado afirmou que, na economia, vai trazer a "marca da confiança, do interesse nacional, do livre mercado e da eficiência". "Confiança no compromisso de que o governo não gastará mais do que arrecada e na garantia de que as regras, os contratos e as propriedades serão respeitados", frisou.

Em entrevista à TV Câmara, em meio à solenidade no Congresso, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que haverá uma reunião ministerial para alinhar as medidas a serem tomadas.

SEM DISCRIMINAÇÕES

Em discurso marcado por temas da campanha eleitoral, Bolsonaro também prometeu construir uma sociedade sem discriminações e divisões e, ao levantar bandeiras de sua campanha eleitoral, a mais polarizada da história, defendeu a posse de armas de fogo por "cidadãos de bem", respeitando, segundo ele, a decisão do referendo sobre 2005.

O presidente empossado disse também que vai "unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e nossa tradição judaico-cristã, combater a ideologia de gênero, conservando nossos valores".

"Por isso, quando os inimigos da pátria, da ordem e da liberdade tentaram pôr fim à minha vida, milhões de brasileiros foram às ruas. Uma campanha eleitoral transformou-se em um movimento cívico, cobriu-se de verde e amarelo, tornou-se espontâneo, forte e indestrutível, e nos trouxe até aqui", afirmou.

CONGRESSO

Em aceno ao Congresso, o presidente empossado disse que vai valorizar o Parlamento, resgatando a "legitimidade e credibilidade" do Poder. E, em sua fala, convocou cada um dos parlamentares a ajudá-lo na missão de "restaurar e reerguer nossa pátria, libertando-a, definitivamente, do jugo da corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica".

Bolsonaro afirmou que no processo de recuperação do crescimento o setor agropecuário seguirá desempenhando "papel decisivo", em perfeita harmonia com o meio ambiente e que, da mesma forma, todo setor produtivo terá um aumento da eficiência, com menos regulamentação e burocracia.

"Esses desafios só serão resolvidos mediante um verdadeiro pacto nacional entre a sociedade e os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, na busca de novos caminhos para um novo Brasil", conclamou.

O presidente empossado afirmou que a política externa retomará seu papel na defesa da soberania, na construção da grandeza e no fomento ao desenvolvimento do Brasil.

"Com a benção de Deus, o apoio da minha família e a força do povo brasileiro, trabalharei incansavelmente para que o Brasil se encontre com o seu destino e se torne a grande nação que todos queremos", concluiu ele, sob aplausos do plenário.

O discurso do presidente -- para um plenário não lotado e sob forte esquema de segurança -- foi elogiado por autoridades que estiveram presentes à solenidade. O ex-líder do DEM na Câmara Efraim Filho (PB) disse que o discurso foi claro e mostrou direções que o governo vai tomar.

O deputado Arthur de Oliveira Maia (DEM-BA), que foi relator da reforma da Previdência enviada pelo governo Michel Temer, minimizou o fato de Bolsonaro não ter nominado no discurso a reforma da Previdência.

"Aí é uma questão do presidente da República, não vou entrar nesse mérito. O presidente tem noção da importância da reforma, o ministro Paulo Guedes. Claro que o governo sabe da importância da reforma", disse ele à Reuters.

Arthur Maia defendeu que Bolsonaro utilize a reforma do Temer para acelerar as mudanças na Previdência.

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