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Bolsonaro muda tom e fala em 'maior desafio da geração'

No entanto, presidente distorceu fala de diretor da OMS

1 abr 2020 - 07h36
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Em pronunciamento na noite desta terça-feira (31), o presidente da República, Jair Bolsonaro, mudou o tom em relação à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e não fez críticas em relação ao isolamento social.

Bolsonaro mudou o tom em pronunciamento na noite desta terça
Bolsonaro mudou o tom em pronunciamento na noite desta terça
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"O Brasil avançou muito nesses 15 meses. Mas agora, estamos diante do maior desafio da nossa geração. Minha preocupação sempre foi salvar vidas. Tanto as que perderemos pela pandemia como aquelas que serão atingidas pelo desemprego, violência e fome", disse ao abrir sua fala.

Sem chamar a Covid-19 de "gripezinha" ou a pandemia de "histeria", Bolsonaro afirmou que "as medidas protetivas devem ser implementadas de forma racional, responsável e coordenada". No entanto, durante os oito minutos de pronunciamento, o presidente distorceu a fala do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Thedros Adhanom Ghebreyesus.

Na segunda-feira (30), o responsável pela OMS afirmou que entendia que pessoas sem renda precisavam trabalhar, porque ele mesmo tinha vindo de uma família pobre. Por isso, Ghebreyesus afirmou categoricamente que os governos precisavam garantir recursos para essas pessoas não precisarem sair de sua casa e, assim como os demais, pudessem ficar em isolamento e evitar a propagação do novo coronavírus - protegendo a sua saúde e a de sua família.

Porém, diferentemente do que tinha feito em conversa com os jornalistas na manhã desta terça, onde usou a fala do diretor para defender sua postura de negar a importância do isolamento, Bolsonaro adotou um tom moderado no pronunciamento. "Não me valho dessas palavras para negar a importância das medidas de prevenção e controle da pandemia, mas para mostrar que, da mesma forma, precisamos pensar nos mais vulneráveis", disse ainda.

Durante a fala, Bolsonaro informou a população de medidas que haviam já sido dadas pelo Ministério da Saúde, como a suspensão do reajuste anual no preço dos remédios por 60 dias, a compra de respiradores e máscaras cirúrgicas e a produção de comprimidos de cloroquina e álcool em gel.

O mandatário ainda falou da medida aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, de dar um auxílio emergencial por três meses, no valor de R$ 600, para trabalhadores informais e autônomos. No entanto, o projeto ainda aguarda a assinatura do próprio Bolsonaro para entrar em vigor.

Ansa - Brasil   
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