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Bolsonaro recua e critica ida de Weintraub a ato contra STF

Situação de ministro da Educação já era considerada insustentável

15 jun 2020 - 18h30
(atualizado às 18h39)
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 15, que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, não foi prudente ao participar de ato contra o Supremo Tribunal Federal no domingo e que está "tentando solucionar" a situação do auxiliar, que chamou de "problema". Como mostrou o Estadão mais cedo, o presidente busca uma saída para que Weintraub deixe o governo de forma menos traumática possível.

Bolsonaro e Weintraub se abraçam em cerimônia no Palácio do Planalto no ano passado
09/04/2019
REUTERS/Adriano Machado
Bolsonaro e Weintraub se abraçam em cerimônia no Palácio do Planalto no ano passado 09/04/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Eu acho que ele não foi muito prudente em participar da manifestação, apesar de não ter falado nada de mais ali. Mas não foi um bom recado. Por quê? Porque ele não estava representando o governo. Ele estava representando a si próprio. Como tudo o que acontece cai no meu colo, é um problema que estamos tentando solucionar com o senhor Abraham Weintraub", afirmou Bolsonaro em entrevista à BandNews TV.

A situação do ministro já era considerada insustentável em parte do governo por acumular polêmicas, mas piorou após Weintraub se reunir no domingo, 14, com cerca de 15 manifestantes bolsonaristas. O ato desrespeitou uma ordem do governo do Distrito Federal que proibiu protestos na Esplanada dos Ministérios. Nesta segunda, Weintraub foi multado em R$ 2 mil por não usar máscara na ocasião.

No encontro com os manifestantes, o ministro insistiu nas críticas a ministros do Supremo: "Eu já falei a minha opinião, o que faria com esses vagabundos". O restante da fala é encoberto por aplausos dos manifestantes, que gritam "Weintraub tem razão". A declaração remete ao que ele já havia falado na reunião ministerial do dia 22 de abril, quando disse que colocaria na cadeia os ministros da Corte, a quem classificou como "vagabundos". Ele responde a um processo por causa dessa afirmação.

Para os grupos político e militar do governo, a demissão de Weintraub é essencial para o Planalto construir uma trégua com o Supremo e com o Congresso. Eles argumentam que o ministro é um gerador de crises desnecessárias em um momento em que o presidente, pressionado por pedidos de impeachment e inquéritos que podem levar à cassação do mandato, tenta diminuir a tensão na Praça dos Três Poderes.

Por outro lado, a ala ideológica e os filhos do presidente defendem Weintraub, que tem o apoio dos bolsonaristas nas redes sociais. Demiti-lo neste momento, argumentam, é desagradar a base que tem defendido o presidente no fogo cruzado com Legislativo e Judiciário.

Estadão
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