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'Bolsonaro faz e fala o que vem em sua cabeça', diz cientista político sobre demissão de Levy

Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas, afirma que postura do presidente de se meter em "bolas divididas" faz governo perder protagonismo em questões como a reforma da Previdência

16 jun 2019 - 13h31
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O cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marco Antonio Carvalho Teixeira, afirmou neste domingo que a postura do presidente Jair Bolsonaro de se meter em "bolas divididas", como no caso da demissão de Joaquim Levy, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pode levar o governo a perder protagonismo em questões como a reforma da Previdência.

"Não sabemos o futuro do governo desse jeito. O governo perdeu capacidade de articulação e a impressão que tenho é que o protagonismo em relação à reforma da Previdência vai sair do Congresso e não do governo", afirmou Teixeira ao Broadcast Político. "Me parece que o governo não tem capacidade de trabalhar com o consenso, além de ser pouco talhado a conviver em um ambiente democrático."

Para o cientista político, o governo "está caminhando desse jeito para dialogar com um público ainda mais reduzido, de extrema-direita". "Esse é um movimento contraditório e revela que o presidente faz e fala o que vem em sua cabeça", comentou.

Levy pediu demissão da presidência do BNDES neste domingo, após ser criticado Bolsonaro por conta da nomeação de Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais no banco. Incomodado com a escolha, Bolsonaro disse que Levy estaria "com a cabeça a prêmio".

Barbosa Pinto trabalhou como assessor no BNDES entre 2005 e 2007, no governo PT, fato que irritou Bolsonaro. O próprio Levy foi ministro da Fazenda durante o governo Dilma Rousseff.

Estadão
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