Bolsonaro diz que não entregaria seu celular mesmo com decisão da Justiça
Solicitação foi apresentada por parlamentares e partidos da oposição em notícia-crime levada ao STF
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 22, que tomou conhecimento antecipadamente e deu aval à carta na qual o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, mencionou "consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional" de um possível pedido de busca e apreensão do telefone celular do presidente. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o chefe do Executivo também afirmou que não entregaria seu aparelho mesmo com decisão da Justiça.
A solicitação foi apresentada por parlamentares e partidos da oposição em notícia-crime levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre suposta interferência do presidente na Polícia Federal. Nesta sexta, o ministro Celso de Mello, relator do caso, pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre assunto.
"Tomei conhecimento do texto (do Heleno) antes da publicação. Eu olhei e falei: o senhor fique à vontade", declarou Bolsonaro. "Agora, peraí: um ministro do STF querer o telefone funcional de um presidente da República que tem contato com líderes do mundo… tá de brincadeira, comigo?".
Nota à Nação Brasileira. pic.twitter.com/aykS99h49K
— General Heleno (@gen_heleno) May 22, 2020
O presidente criticou a decisão do ministro de Celso de Mello de consultar a PGR. Para Bolsonaro, o magistrado não deveria nem cogitar a consulta. "No meu entender, com todo o respeito ao Supremo Tribunal Federal, nem deveria ter encaminhado ao Procurador-Geral da República. Tá na cara que eu jamais entregaria meu celular. A troco de quê? Alguém está achando que eu sou um rato para entregar um telefone meu numa circunstância como essa?", frisou.