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Alcolumbre ironiza 'banco de talentos' proposto por governo

Com sistema, Planalto quer monitorar indicação de nomes dos partidos para preencher cargos de segundo escalão

22 fev 2019 - 23h34
(atualizado em 23/2/2019 às 12h24)
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BRASÍLIA - O plano de Jair Bolsonaro de criar um "banco de talentos", por meio do qual parlamentares poderão indicar nomes para ocupar vagas no governo, foi ironizado nesta sexta-feira, 22, pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). "É (indicação política), só colocaram outro nome: banco de talentos", disse.

O presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ao chegar ao Congresso Nacional, em Brasília, no início da semana
O presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ao chegar ao Congresso Nacional, em Brasília, no início da semana
Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo

A ideia do governo é que deputados e senadores da base aliada apresentem nomes para ocupar cargos na administração federal. Esses quadros serão avaliados pelos ministros, que farão um "processo seletivo" para escolher o profissional.

A interrupção nas nomeações tem irritado integrantes de partidos que podem integrar a base aliada no Congresso - e que passaram a ameaçar não aprovar projetos apresentados pelo Planalto. "Será que no outro modelo as pessoas não tinham talentos? As pessoas também tinham talento antes", disse Alcolumbre, durante café da manhã com jornalistas, em Brasília.

Apesar da ironizar o nome escolhido, Alcolumbre disse ser favorável à criação do banco. "Acho que tem de fazer esse banco de talentos. É um nome bacana, né? O parlamentar na base quer prestigiar aliados", disse o presidente do Senado.

"Todos os partidos têm talentos para indicar e o banco de talentos que o governo está apresentando é a possibilidade de o parlamentar se ver prestigiado especialmente em sua base eleitoral", declarou Alcolumbre. Ele afirmou que o governo está adotando um modelo de escolha de nomes para cargos na administração pública que ainda não havia sido adotado no País.

"Sempre tinha composição política, era claro. Partidos com ministérios, votos. Eram acordos. (O governo) Mudou uma coisa de 30 anos. Não dá para cobrar de um partido 'vota aí porque tem um ministério aí'. Mas, acho que a questão da relação de prestigiar parlamentar no Estado não é troca-troca."

Estadão
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