'A posição da PM não é a favor de um lado e nem de outro', diz Doria
Governador afirma que pediu a Prefeitura que atos na Paulista, de grupos de opiniões distintas, sejam realizados em dias diferentes
O governador João Doria (PSDB) afirmou que pediu à Prefeitura de Sao Paulo que atos na Avenida Paulista, de grupos de opiniões distintas, sejam realizados em dias diferentes. "O governo de São Paulo volta a repetir que irá garantir o direito de manifestação, seja qualquer um que estiver se manifestando. Mas ninguém tem direito de agredir. Por isso, a decisão de orientar que, tanto as manifestações pró-governo Bolsonaro e pró-democracia, para que façam em dias distintos, com acompanhamento e proteção da PM. A posição da PM não é a favor de um lado e nem de outro", disse Doria em entrevista coletiva para anunciar medidas de combate ao coronavírus.
Um ato contra o governo Jair Bolsonaro, autointitulado pró-democracia e antifascista e organizado por grupos ligados a torcidas de futebol terminou em confronto entre manifestantes e apoiadores do presidente, que também faziam uma manifestação em frente ao prédio da Fiesp. A PM interveio e usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o início de uma briga em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).
"Nem todos foram à Paulista para se manifestar serenamente. Houve provocações e agressões e desandaram no que vimos. Nossas forças de segurança agem para proteger as pessoas e evitar o conflito e a violência", disse o secretário estadual da Segurança, João Camilo Pires de Campos. A confusão, que durou ao menos uma hora, tomou conta da via e deixou um rastro de destruição: vidros quebrados, caçambas de lixo e entulho revirados e fogo ateado em objetos no meio da via. Seis pessoas foram detidas.
"Quero registrar que estamos assistindo a um momento difícil da vida do País. Tudo que não precisamos neste momento é de confronto. Ele não fortalece a democracia e fortalece um discurso autoritário, que pede a volta da ditadura no Brasil. Aqui, não. Já vivemos a pior crise de saúde do século, a mais grave crise social e econômica, e a maior agressão à democracia dede 64. O Brasil não pode suportar isso. Temos de estar unidos para combater o vírus", afirmou o governador.
'O presidente passeia a cavalo enquanto a pandemia galopa'
Doria voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro, que no domingo participou, em um cavalo, de um ato a favor do seu governo em Brasília. "Qual o sentido de um presidente desfilar a cavalo em meio a 30 mil mortos pelo coronavírus? Mais de 500 mil brasileiros adoentados. O presidente passeia a cavalo enquanto a pandemia galopa, e a crise econômica segue sem rédeas", afirmou. "Bolsonaro não é presidente apenas de bolsonaristas, tem que ser o presidente de todos os brasileiros. A hora não é de divisão. É de união e pela paz e vida de milhões de brasileiros."