Ministro do STF suspende decisão que retirou show de Léo Lins com piadas preconceituosas do ar
André Mendonça vetou decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo de maio deste ano
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) de maio deste ano que suspendia o show “Perturbador” do humorista Léo Lins das plataformas digitais. Conhecido pelo humor polêmico, o comediante recebeu o veto do TJSP por fazer piadas preconceituosas com minorias.
O ministro suspendeu a proibição de Léo Lins, mas afirmou que não analisou a responsabilidade criminal do humorista. "A presente decisão não implica juízo de mérito acerca da responsabilidade criminal do reclamante, seja porque não é esse o objeto da reclamação, seja porque não estão presentes, nestes autos, todos os elementos necessários a tal exame, cuja competência, de resto, recai sobre as instâncias ordinárias”, disse.
A suspensão do show do humorista havia sido ordenada pela juíza Gina Fonseca. Na ocasião, a magistrada decretou que o humorista não poderia publicar conteúdos preconceituosos novamente.
“Conteúdo depreciativo ou humilhante em razão de raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres, ou qualquer categoria considerada como minoria ou vulnerável”, disse Gina Fonseca, durante suspensão em maio.
Humorista
O comediante já se envolveu em polêmicas por conta de suas piadas preconceituosas e faz "humor" com assuntos consideradas crimes pelo Código Penal, como piadas sobre racismo, abuso sexual e incentivar agressão a mulheres.
O humorista aborda questões sérias em seus shows de forma debochada, como o incêndio na boate Kiss, tragédia que deixou 242 pessoas mortas e 636 feridas. "O pessoal fica sempre procurando lugar aquecido. A prova disso é que teve uma boate que pegou fogo e as pessoas não saíram de dentro", comentou Léo Lins no show "Perturbador".